Haddad afirma que pacote não representa "gran finale" do esforço fiscal do governo
O ministro pediu um "pouco de cautela" dos analistas na avaliação "rubrica a rubrica" das medidas propostas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 29, que o pacote de ajuste anunciado na quarta-feira não representa o "gran finale" do esforço do governo em reequilibrar as contas públicas, reiterando que, se necessário, a equipe econômica apresentará outras medidas de contenção de gastos.
"Esse conjunto de medidas não é o gran finale, não é bala de prata. Daqui três meses, posso voltar à planilha para discutir a evolução do BPC Benefício de Prestação Continuada e da Previdência", afirmou o ministro no almoço de fim de ano com dirigentes da Febraban, a entidade que representa os bancos.
Haddad pediu um "pouco de cautela" dos analistas na avaliação "rubrica a rubrica" das medidas propostas. Se houver algum erro de cálculo, o ministro disse que voltará a conversar com Congresso e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia também
• Brasil tem recorde de 67,284 milhões de ocupados contribuindo para Previdência, aponta IBGE
• 'A revisão de gastos é diária e não terminou', destaca Tebet
• Empregos com carteira assinada e informais batem recordes
Ele salientou que o governo está cumprindo a promessa, feita há dois anos, de buscar o equilíbrio fiscal e atendeu, com o pacote, os pedidos do mercado para reforçar o arcabouço. Frisou que todos os Poderes precisam entregar a sua cota de contribuição ao ajuste.
"Não é tarefa só do Executivo ... Temos que convencer o Congresso Nacional que bondades precisam ser compensadas", declarou o ministro, acrescentando que o Legislativo fez "belo trabalho" para diminuir os gastos tributários no País.
Haddad frisou ainda que o governo tenta corrigir dez anos de déficit primário, e assegurou que a meta fiscal será cumprida em seu limite inferior. Mais uma vez, afirmou que o objetivo de déficit zero só não será entregue neste ano porque não houve aprovação da proposta de acabar com a desoneração da folha de pagamento e os incentivos ao setor de serviços.
"Estamos até hoje pagando por problemas que foram herdados", disse Haddad, que reforçou sua crença no ajuste fiscal, e que "ninguém que vender fantasia ou mágica." "Eu acredito no ajuste, defendo ele onde vou, é crença minha. Agora, não vamos conseguir fazer tudo o que tem que ser feito com bala de prata", concluiu.