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BRASIL

Haddad cobra corte "robusto" dos juros a partir de agosto: "Preocupação com o crescimenento em 2024"

Fala vem após governo anunciar mudança no sistema de metas da inflação

Fernando HaddadFernando Haddad - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou nesta quinta-feira “cortes robustos” na taxa de juros praticada pelo Banco Central a partir de agosto, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir sobre a Taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano.

— Cortes robustos na taxa de juros podem ser praticados a partir de agosto sem nenhum risco de desancoragem. Porque as trajetórias estão dadas — disse o ministro. — Temos todas as razões para acreditar que vem um ciclo consistente de cortes dessas taxas.

Haddad afirmou que há uma grande expectativa da área econômica do governo de que, a partir de agosto, se tenha "cortes consistentes" das taxas de juros por conta de indicadores como a inflação em queda. Ele admitiu preocupação com o crescimento econômico a partir de 2024.

— (Há) uma preocupação muito grande com o resultado do crescimento econômico a partir do ano que vem. Nós razões para nos preocupar com a desaceleração que está sendo vista neste momento e queremos garantir para a sociedade brasileira um 2024 melhor que 2023. Nós entendemos que praticar uma taxa de juros que está hoje na casa de 9% em termos reais, ou mais até, é algo que tem que ser revisto em proveito da sociedade à luz dos indicadores.

O ministro voltou a falar da harmonização da política fiscal e da política monetária, e disse que o corte da Selic é importante para melhorar as contas públicas.

— Sem uma política monetária consistente, os resultados fiscais não aparecerão, justamente por falta de atividade econômica. Temos que harmonizar esses dois braços, e a política monetária e fiscal terão que trabalhar juntas para que tenhamos os melhores resultados daqui para a frente.

Haddad concedeu entrevista após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na qual ele anunciou nesta quinta-feira muda na meta de inflação, que passará a contínua a partir de 2025, em vez de levar em conta o atual ano-calendário — ou seja, de janeiro a dezembro.

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