Haddad defende, em discurso presencial no G20, a taxação dos mais ricos
Haddad citou o mais recente relatório do EU Tax Observatory sobre evasão fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participando presencialmente da reunião ministerial do G20 nesta quinta-feira, 29, após testar negativo para a covid-19, defendeu em discurso a taxação dos mais ricos, em toda a economia global. "Soluções efetivas para que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos dependem de cooperação internacional."
"Essa cooperação já existe. Nos últimos dez anos, conseguimos avanços muito importantes em áreas como troca de informações, transparência, e níveis mínimos de tributação", disse Haddad, citando o trabalho do próprio G20 e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Apesar dos avanços recentes, é um fato inquestionável que os bilionários do mundo continuam evadindo nossos sistemas tributários por meio de uma série de estratégias", afirmou o ministro. Haddad citou o mais recente relatório do EU Tax Observatory sobre evasão fiscal, citando que o documento demonstrou que bilionários pagam uma alíquota efetiva de impostos equivalente a entre 0 e 0,5% de sua riqueza. "Colegas, eu sinceramente me pergunto como nós, ministros da Fazenda do G20, permitimos que uma situação como essa continue", questionou Haddad.
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Haddad não participou das reuniões presenciais do G20 nem do lançamento do plano de proteção cambial do governo, pois testou positivo para a Covid. Nesta quarta-feira, 28, ele disse que voltou a fazer teste e deu negativo e hoje novamente fez outro, também negativo. Por isso, resolveu comparecer à reunião.
"Tinha comprado um sapato novo, um terno novo para vir à reunião", disse o ministro. O Brasil é o atual presidente do G20 e Haddad falou que estava ansioso por participar do encontro pessoalmente.