Haddad defende início do clico de corte nos juros: 'Estou ponderando o que é melhor para o Brasil'
Para o ministro, a taxa monetária subiu os juros "por absoluto descontrole das contas públicas" no governo passado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira que há espaço para o Banco Central iniciar a trajetória de corte na taxa básica de juros, que está em 13,75% desde agosto de 2022.
— Se você consultar vários especialistas e técnicos, imagina que há espaço para iniciar o ciclo de cortes na taxa de juros. Não estamos questionando a autoridade monetária, do ponto de vista do seu poder. Estou ponderando o que é melhor para o Brasil. Com as medidas tomadas até aqui, sim, haveria espaço para um gesto de mais confiança na economia brasileira, sem que houvesse qualquer percalço na inflação.
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Haddad está participando de audiência pública na Câmara, para “esclarecer a política econômica do governo federal”. O convite partiu das Comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle.
O ministro disse que parte dos chamados gastos tributários do país estão provocando desequilíbrio nas contas públicas. Ele ressaltou que a estimativa de gastos com juros é da ordem R$ 740 bilhões e criticou isenção tributária ‘injustificada’.
No início do mês houve a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a divulgação da proposta do governo para controle das contas públicas. O Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% pela sexta vez consecutiva. No comunicado da decisão, os integrantes do Copom ainda não deram sinais sobre eventual redução dos juros na próxima reunião, em junho.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - ao lado dos oito diretores da autarquia - entende que a batalha contra a inflação ainda não está vencida.