Logo Folha de Pernambuco

economia

Haddad defende rever vinculações orçamentárias: "quem sabe não encontramos uma regra melhor"

Ministro da Fazenda participou de debate na Câmara dos Deputados, mas não apresentou detalhes de mudanças

Ministro Fernando HaddadMinistro Fernando Haddad - Foto: Nelson Almeida/AFP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as vinculações orçamentárias presentes na Constituição podem ser reformuladas para "uma regra melhor".

Haddad debateu a situação das contas públicas com parlamentares na Câmara dos Deputados, em sessão da Comissão de Finanças e Tributação, nesta quarta-feira.

– As vinculações, uma série de problemas da Constituição, que ainda não foram tratados. Tivemos desvinculações e vinculações contínuas ao longo do tempo. Quem sabe não encontramos uma regra melhor, que dure. Se nós queremos a meta de inflação de 3%, temos que pensar na questão institucional e regras que sejam aceitáveis ao longo do tempo. Não é quem é a favor ou contra. Não é Fla Flu – disse
 

O ministro não apresentou exemplos. Mas há vinculações como pisos de Saúde e Educação, atrelados à arrecadação, e a ligação do salário mínimo com a Previdência.

Haddad defendeu que o engessamento orçamentário precisa de solução que vá além de governo.

– A Previdência é o mesmo problema. Esse engessamento orçamentário impede a trajetória de crescimento. Esse assunto deveria ser trabalho como política de Estado, não de governo. Segue com mudança de governo. Não sei se temos ambiente política para isso.

Como O GLOBO mostrou na semana passada, especialistas chamam atenção, para fragilidades no arcabouço fiscal, entre elas, no longo prazo, a resistência do governo em atacar as despesas, a dinâmica de gastos da Previdência, a política de correção do salário mínimo, a vinculação de despesas com Saúde e Educação e as dificuldades históricas com a avaliação e a melhoria da qualidade das políticas públicas.

O ministro disse estar confortável com os resultados que virão no resultado bimestral, divulgado nesta quarta-feira. Haddad, porém, disse que o resultado do semestre está mais preocupante por conta da tragédia do Rio Grande do Sul.

– Desde o episódio do Rio Grande do Sul, eu durmo menos. Estamos dormindo menos, pensando no RS. Eu fico pensando nos próximos passos. O que vai acontecer com a receita do RS, como isso vai ser lido no mercado. Mas creio que o Rio Grande do Sul vai se recuperar ainda neste ano.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter