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Haddad diz não considerar a possibilidade de Campos Neto sair do BC antes do fim do mandato

Ministro defende queda nos juros como uma das medidas para o Brasil escapar da "armadilha de 10 anos sem crescer"

Fernando Haddad, ministro da FazendaFernando Haddad, ministro da Fazenda - Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que não considera a possibilidade de destituição de Roberto Campos Neto do cargo de presidente do Banco Central - que tem mandato até dezembro de 2024. A saída antecipada do chefe da autarquia é uma demanda reforçada por aliados da ala política do governo.

Haddad alegou, contudo, que o cenário econômico brasileiro é favorável para o começo da trajetória de queda na taxa básica de juros (Selic) - atualmente em 13,75%, desde agosto de 2022. Até o momento, o Banco Central não sinaliza para eventual redução no curto prazo.

Em entrevista a jornalistas na China, Haddad argumenta que o Brasil não registrou crescimento nos últimos 10 anos. No momento, a 'escassez' e aumento do custo crédito estariam dificultando um cenário de crescimento do país.

Não [se conta com a saída antecipada de Campos Neto]. Eu conto com a baixa dos juros. Agora, quero crer, o Banco Central tem uma janela de oportunidade, que eu espero que seja aproveitada, para que o Brasil possa pensar em crescimento econômico sustentável. Tudo está convergindo para o que eu chamo de harmonizar o fiscal com o monetário, disse o ministro.

Para Haddad, está havendo uma "estabilização de variáeis", como a queda do nível da inflação e valorização do real. Para ele, a redução dos juros seria uma das medidas para o ajudar o Brasil "a sair da armadilha de 10 anos" sem crescimento econômico.

Economistas de várias escolas estão se manifestando e dizem 'olha, chegou o momento de iniciarmos uma trajetória de queda [dos juros] consistente com que o Brasil atingiu e necessária, por outro lado, porque o mercado de capitais está travado, aguardando as medidas da autoridade monetária, disse o ministro, que cita os juros elevados como "inviabilizador de muitos investimentos" e dificultador "da vida" do empresariado brasileiro.

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