Copom

Haddad diz que Ata do Copom veio com "termos mais condizentes"

Ministro também declarou que o Banco Central teria como responsabilidade ajudar o governo no objetivo de garantir o crescimento do país aliado ao combate à inflação

Fernando Haddad, ministro da FazendaFernando Haddad, ministro da Fazenda - Foto: Edu Andrade/Ascom/MF

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Ata do Conselho de Política Monetária (Compom) divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira (28) veio "com termos mais condizentes" do que o comunicado da semana passada, no dia da reunião. Haddad também declarou que o Banco Central teria como responsabilidade ajudar o governo no objetivo de garantir o crescimento econômico do país aliado ao combate à inflação.

— [a Ata] está em linha com o Comunicado. Mas, da mesma forma que aconteceu com o Copom anterior, a Ata com mais tempo de preparação veio com termos mais condizentes com as perspectivas futuras de harmonização da política fiscal com a política monetária, que é o nosso desejo desde sempre — disse Haddad.

Na última semana, a decisão do Banco Central em manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano levou a uma nova onda de críticas de integrantes do governo Lula e da base aliada. O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a declarar como "preocupante" o espaço aberto sinalizado pelo BC para uma nova subida de juros, se as expectativas de inflação continuarem deterioradas.

Na Ata divulgada nesta terça-feira - tradicionalmente cinco dias após o comunicado - o Banco Central fez acenos ao Ministério da Fazenda. Apesar de dizer que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste”, caso a inflação não caia, os membros do BC dedicaram um parágrafo inteiro da Ata defendendo a divulgação do arcabouço fiscal - com os parâmetros "críveis" para posterior efeitos de alinhamento das expectativas de inflação.

O documento menciona que há necessidade de “serenidade e paciência” com o efeito almejado da política monetária restritiva - que é o controle da inflação. Questionado se o governo anunciará novas medidas para ajudar o BC nesse objetivo, Haddad respondeu:

— O Banco Central também tem que nos ajudar. É um organismo que tem dois braços, um ajudando o outro. Eu sempre insisto nesta tese, porque dá a impressão de que um é espectador do outro, e não é assim que a política econômica tem que funcionar. São dois lados ativos concorrendo para o mesmo propósito e objetivo, que é garantir crescimento com baixa inflação — disse o ministro.

Haddad conversou com jornalistas no Ministério da Fazenda. Na ocasião, o ministro informou que o arcabouço fiscal deve sair esta semana e que haverá uma reunião decisiva para tratar do tema nesta quarta-feira com o presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

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