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Haddad diz que Brasil fará esforço para captar R$ 1,3 trilhão para financiamento climático até 2035

Ministro destaca a importância da cooperação internacional e ações concretas para combater desigualdades e enfrentar mudanças climáticas

Ministro da Fazenda, Fernando HaddadMinistro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, durante palestra na Universidade Sciences Po, em Paris, que o Brasil buscará captar pelo menos US$ 1,3 trilhão (aproximadamente R$ 6,5 trilhões) para financiamento climático de países em desenvolvimento até 2035.

O compromisso, segundo o ministro, está alinhado à agenda da presidência brasileira do G20 e ao Plano de Transformação Ecológica do país.

Haddad ressaltou que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém no fim deste ano, deverá ser um marco na implementação de políticas climáticas concretas.

— A COP30 entrará para a história como a COP da implementação — afirmou.

Como parte desse esforço, o Brasil pretende contribuir para o Roadmap Baku-Belém, uma iniciativa que busca canalizar trilhões de dólares para financiamento climático até 2035.

O ministro destacou que o Brasil tem papel fundamental na condução desse debate, reforçando seu protagonismo ambiental.

Além disso, Haddad mencionou a criação do Tropical Forest Forever Facility (TFFF), um fundo global voltado à proteção das florestas tropicais.

O objetivo do mecanismo é transformar doações internacionais em investimentos permanentes para conservação ambiental, incentivando países desenvolvidos a financiarem a proteção florestal mesmo em momentos de crise econômica.

Segundo ele, o fundo pode impactar cerca de 1 bilhão de hectares de florestas ao redor do mundo.

Críticas ao protecionismo e ao mercado de carbono
Durante sua fala, o ministro criticou a falta de compromisso ambiental em práticas protecionistas adotadas por algumas nações.

— Estamos [o mundo] completamente em desacordo com as práticas ambientais, estamos falando da retomada do óleo e gás, da produção manufatureira com energia fóssil, o que vai completamente na contramão disso [compromissos climáticos] — disse.

Haddad também falou sobre o risco de uma nova bipolarização global, que pode resultar em um mundo mais dividido e menos comprometido com soluções ambientais conjuntas.

— Podemos também voltar para um mundo bipolar, que é o que aparentemente se pretende — declarou.

Outro ponto abordado foi a taxação de carbono sobre importações, aplicada por alguns países ricos com o argumento de reduzir emissões.

Para Haddad, essa medida pode estar sendo usada como um instrumento de guerra comercial.

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