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Haddad diz que Brasil tem "gordura" para reduzir taxa de juros que o resto do mundo não tem

Ministro afirma que o país é um dos poucos que perseguem uma meta de inflação para 12 meses e defende o alongamento desse horizonte

O ministro Fernando Haddad participa de nova edição do O ministro Fernando Haddad participa de nova edição do  - Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou, nesta segunda-feira (13), que há pouco espaço para aumento de taxa de juros no mundo e que o Brasil está na contramão, com "uma gordura" que permite reduzir a taxa básica. Ele também defendeu que as autoridades monetárias tenham em mente o limite prudencial de elevação dos juros para que não desorganizem as economias de seus países.

"Há pouco espaço para aumento da taxa de juros no mundo. E há uma gordura no Brasil, que permite a nós, tomando as providências que estão sendo tomadas (pela equipe econômica) e reconhecidas pelo Banco Central em atas... Penso que temos um espaço (para baixar juros) que o mundo não tem" afirmou.

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Ao avaliar o cenário dos Estados Unidos, em que os juros estão subindo para que o país consiga alcançar a meta da inflação, Haddad chamou a atenção para o limite prudencial:

"Qual é o limite que você tem para aumentar os juros sem desorganizar a economia como um todo, a quebradeira que pode vir de um descasamento das carteiras? Uma hora vai chegar a esse limite, e haverá mais dificuldade de buscar o centro da meta (de inflação) num período muito curto."

Haddad participa de mais uma edição da série de debates “E agora, Brasil?”, realizada pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico, com patrocínio do Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações.

O encontro é mediado pela colunista do GLOBO Míriam Leitão e pelo chefe da Redação do Valor Econômico em Brasília, Fernando Exman.

Em relação à meta de inflação, o ministro pontuou que o Brasil, em sua visão, é um dos poucos países que persegue uma meta para o período de 12 meses e que uma possibilidade a ser avaliada é o alongamento desse horizonte para dar tempo a autoridade monetária para acomodar choques externos que podem implicar em desorganização do sistema.

"Penso que a inflação no Brasil castiga muito, a gente sabe que o poder de compra do trabalhador a gente tem de preservar. Apesar de as medidas demagógicas do passado estarem sendo revertidas, as projeções de inflação continuam bem comportadas. Mas essa questão vai afetar o mundo inteiro, as pessoas vão olhar um horizonte mais longo para acomodar as tensões" avalia.

Questionado sobre as discussões para revisão da meta de inflação no Brasil, Haddad disse que essa é uma discussão técnica que precisa ser feita “sem ruído e com tranquilidade”. Mas o ministro avalia que a prioridade nesse momento é a definição do novo arcabouço fiscal, que vai impactar diretamente na elaboração do Orçamento para o ano que vem.

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