Haddad diz que déficit público só vai ser superado se mais despesas entrarem no arcabouço fiscal
Ministro diz que vai fazer pedido a Lula
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira à Rádio CBN que o déficit público só vai ser superado caso as despesas sejam limitadas ao arcabouço fiscal. Ele afirmou que pedirá ao presidente Lula para incluir na regra algumas despesas que estão de fora.
Haddad afirmou que há pessoas, inclusive dentro do governo que avaliam que déficit público estimula o crescimento da economia. Para ele, não é assim.
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— Se não limitarmos as despesas ao arcabouço fiscal, não vamos conseguir superar os dez anos de déficit público que nós tivemos, com baixo crescimento. Muita gente imagina que déficit público estimula a economia e nem sempre isso é assim. Em alguns casos, quando a economia está em recessão, quando você está enfrentando uma pandemia, em casos de países que estão em guerra, você pode usar mecanismos de expansão fiscal para garantir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Não é nosso caso — disse Haddad.
Na semana passada, O Globo mostrou que dívida pública brasileira está sendo pressionada por várias despesas que ficam de fora do arcabouço fiscal, como a ampliação do vale-gás, do programa Pé de Meia, medidas para o Rio Grande do Sul, em função das enchentes e para atacar os incêndios que tomam conta do país.
— Eu defendo muito o arcabouço fiscal porque tenho certeza que ele é o caminho para reequilibrarmos as contas públicas e continuarmos crescendo com baixa inflação. Se sairmos desse script, desse roteiro, vamos repetir o erro de 2015 a 2022, em que a economia não cresceu e o déficit público disparou. Temos que inverter essa lógica. Temos que equilibrar as contas para manter a economia crescendo. Você imagina o Estado fazer o papel da sociedade, consumo das famílias, exportações, investimentos privado, ele vai cometer um erro. O mantra da Fazenda é diminuir o custo fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e às empresas investirem.