Haddad diz que economia vai crescer mais de 3% e que é preciso controlar dívida interna
Economistas do mercado financeiro preveem alta da taxa básica de juros, a Selic
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta quinta-feira que a economia brasileira deve crescer mais do que 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e que os juros precisam cair para que a dívida interna seja controlada.
— A economia vai crescer mais de 3% esse ano. A geração de emprego vai ser recorde esse ano, e nós não podemos nos acomodar, precisamos perseguir nossos objetivos para que o país volte a ter finanças robustas — disse o ministro em entrevista ao programa "Bom dia, Ministro", do Canal Gov.
— Não temos dívida externa, nós temos que controlar agora a nossa dívida interna, esse juros tem quecair para que essa rolagem seja sustentável — completou Haddad.
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A taxa Selic hoje está em 10,5% ao ano e agentes do mercado esperam um novo ciclo de alta. Os diretores do BC se reúnem na próxima semana para decidir a taxa básica de juros.
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, economistas do mercado financeiro preveem que a Selic suba dos atuais 10,5% para 11,25% ao ano no fim de 2024. Para a reunião da semana que vem, a aposta é que a alta seja de 0,25 ponto percentual.
Nesta quarta, Haddad disse que a seca prolongada terá impacto no preço dos alimentos e que a inflação "preocupa um pouquinho". Haddad, no entanto, ponderou que a solução para este eventual aumento não pode ser a elevação dos juros pelo BC.
— A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução da questão climática, o efeito do clima sobre o preço do alimento e, eventualmente, sobre o preço de energia faz a gente se preocupar um pouco com isso. Mas essa inflação, advinda desse fenômeno, não se resolve com juros, juros é outra coisa — disse Haddad a jornalistas no Ministério da Fazenda.
— O Banco Central está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão, e nós vamos aguardar o Copom da semana que vem — afirmou o ministro.