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Brasil X EUA

Haddad diz que há incertezas sobre governo Trump: "Mas vamos ter cautela"

Ministro comentou declarações de Trump sobre Brics

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad.O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifas de 100% sobre os países que integram o Brics, caso não se comprometam a abandonar a ideia de diminuir o uso de dólar nas operações de comércio deve ser vista com cautela. A declaração foi feita, nesta quinta-feira, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, momentos antes de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir o assunto.

— Temos que ter muita cautela sobre declarações. Às vezes, uma pessoa faz uma declaração e não é bem aquilo que ela vai decidir. Trump vai tomar posse, vai tomar medidas efetivas e só vamos nos colocar quando as decisões forem efetivamente tomadas — afirmou Haddad.

Haddad disse que cautela é necessária e não é preciso reagir a cada declaração pública de um secretário, de um ministro, e do próprio presidente.

— Há uma certa incerteza em relação ao que vai ser feito. Preocupa sempre, mas vamos ter cautela também, para saber efetivamente o que vai acontecer — afirmou.

Trump assumirá o segundo mandato no próximo dia 20. Desde que venceu a eleição, vem avisando que os países que quiserem substituir o dólar por outra moeda serão punidos pelos EUA.

“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, escreveu Trump em sua plataforma de mídia social, a Truth Social.

“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, acrescentou.

O Brics é formado por nações em desenvolvimento, entre as quais Brasil, China, Índia e Rússia. O governo brasileiro está na presidência do Brics este ano e considera como um dos principais desafios avançar em medidas que reduzam a dependência da moeda americana. Entre as saídas, estuda-se o comércio em moedas locais.

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