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Haddad diz que "não faz muito sentido" BC levar em conta tragédia no RS

Ministro afirma que impactos das chuvas no estado geraram uma "pequena pressão inflacionária"

Ministro da Fazenda, Fernando HaddadMinistro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que “não faz sentido” que o Banco Central (BC) leve em conta os efeitos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul para formular política monetária.

Segundo o ministro, os impactos gerados pela tragédia no estado geram uma “pequena pressão” na inflação, e que é de curto prazo.

"Eu acredito que tem uma pressão, uma pequena pressão inflacionária ali em função do que aconteceu no Rio Grande do Sul, está afetando. Essa é uma inflação que afeta o curto prazo. O horizonte do Banco Central é de médio ao longo prazo. Não faz muito sentido levar em consideração o que está acontecendo em função do Rio Grande do Sul para a frente de política monetária, porque os juros de hoje está afetando 12, 18 meses para a frente contra o que está acontecendo no Rio Grande do Sul, todos nós estamos trabalhando para que ela seja superada, então tem essas pressões de contemplação, mas estão sendo administradas por pôr ao rio Rio Grande do Sul", afirmou. 

O Banco Central (BC) citou na Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) a incerteza sobre os efeitos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul sobre a economia e enfatiza a necessidade de se ter uma política fiscal "crível" para manter a inflação sob controle.

" Por outro lado, há grande incerteza a respeito dos efeitos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul. Permanecem incertezas sobre a intensidade da queda de atividade e sua recuperação subsequente, bem como sobre a diminuição do estoque de capital, causadas pelas enchentes e inundações", diz a ata.

A autoridade monetária publicou nesta terça-feira a ata da reunião do Copom em que se manteve a Taxa Selic em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de corte dos juros, após sete quedas consecutivas.

A decisão foi unânime, colocando lado a lado o presidente do BC, Roberto Campos Neto, considerado um “adversário” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Gabriel Galípolo, visto como favorito do petista para o cargo em 2025.

"O Comitê avaliou que os dados referentes à inflação sugerem uma trajetória que não divergiu significativamente do que era esperado. Alguns membros mostraram maior preocupação com a inflação de alimentos no curto prazo, destacando não só o efeito das enchentes do Rio Grande do Sul, como também revisões nos preços de alimentos em outras regiões", completa a ata do Copom.

No documento, o BC reforçou que a taxa básica de juros não deve cair tão cedo diante de um "cenário externo adverso", da atividade econômica mais forte do que o esperado e de projeções mais elevadas para a inflação.

Além disso, alertou sobre a necessidade de se manter uma "política fiscal crível".

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