Haddad diz que não houve desidratação do pacote e que ajustes não alteram a escala final
O ministro argumentou que não poderia aguardar um pacote fiscal "robusto o suficiente" e deixar a apresentação das medidas, em razão disso, somente para o próximo ano
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta sexta-feira, 20, que o resultado das votações da Câmara dos Deputados sobre o pacote fiscal vão ao encontro das pretensões da equipe econômica, não havendo desidratação das medidas.
"Não houve desidratação, mas esses ajustes de redação não alteram a escala final, mantém na mesma ordem de grandeza o que foi encaminhado pelo Executivo. Estamos em uma democracia e temos de entender isso. O Congresso existe e ele opina e delibera. Achamos num prazo muito curto um resultado muito interessante", classificou.
Haddad argumentou que não poderia aguardar um pacote fiscal "robusto o suficiente" e deixar a apresentação das medidas, em razão disso, somente para o próximo ano. A espera seria um "banho de água fria", em sua avaliação.
Leia também
• "Não me entendo como candidato em 2026", afirma Haddad
• Haddad: crítica de que governo só buscava alavancar receitas foi desmentida pelo pacote
• Revisão de gastos deve ser rotina, não deveria ser extraordinário e surpreendente, diz Haddad
A declaração foi dada em café da manhã com jornalistas, em resposta às críticas de que o pacote enviado pelo governo não é suficiente para arrumar o cenário fiscal.
"Ou eu mandava agora ou deixava para o ano que vem porque não estava o robusto o suficiente. Seria um banho de água fria", disse Haddad, para quem era melhor enviar o que já estava pacificado entre ministérios e Congresso do que esperar até março para apresentar algo.
Ele contou que evidentemente "lutou por mais", como "todo mundo sabe", mas lembrou que existe uma mediação que passa por outros ministérios e pelo Congresso.
Ele reiterou que o governo enviou aquilo que achava que era possível aprovar. Uma mudança que o governo pretendia fazer, no Benefício de Prestação Continuada (BPC), também foi alvo de reflexão do ministro, que disse que houve uma desorganização na gestão do programa. "Foi um trabalho conversar com todos os ministérios para fechar essas medidas", concluiu.
Ao ser questionado sobre a apresentação de medidas adicionais, ele repetiu que o trabalho sobre os gastos deve ser rotina.
O ministro foi lembrado que chegou a citar iniciativas sobre a Previdência um dia após a divulgação do pacote, em almoço na Febraban. "Tomamos medidas em relação a isso, estamos tomando medidas", respondeu.