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BRASIL

Haddad diz que pacote de medidas é "carta para o Banco Central"

Tema fiscal é apontado como preocupação recorrente do BC, enquanto o ministro da Fazenda critica patamar de juros do Brasil

Fernando HaddadFernando Haddad - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que o pacote de medidas apresentado por ele para melhorar as contas públicas em até R$ 242,7 bilhões é uma "carta para o Banco Central".

A equipe do ministro tem a expectativa de que as medidas sejam lidas pelo BC como elementos que ajudem a mitigar os riscos fiscais, sendo possível assim reduzir os juros do país. Haddad é um crítico recorrente do patamar de juros do Brasil — hoje a Selic está em 13,75% ao ano.

A situação das contas públicas é uma preocupação constante do BC, que já fez diversos alertas sobre o assunto. O ministro lembrou que agora o Banco Central é autônomo. Por isso, seu presidente, Roberto Campos Neto, permanece no cargo até 2024, mesmo tendo sido indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

— Antigamente não existia independência do Banco Central, agora existe, precisamos entender. Do mesmo jeito que estamos fazendo uma leitura da carta do Banco Central, o Banco Central vai fazer uma leitura da nossa carta. Isso é uma carta para o Banco Central, vamos trocando cartas até o dia em que a gente celebra um entendimento maior — disse Haddad.
 

A carta mencionada por Haddad é a correspondência que Campos Neto escreveu para o ministro da Fazenda nesta quarta-feira para justificar o porquê de a inflação ter fechado 2022 acima da meta pelo segundo ano seguido.

O ministro destacou, porém, que não cabe a ele fazer uma avaliação do desempenho do BC.

— Eu não tenho de estar satisfeito ou insatisfeito com o Banco Central, tenho de respeitar a institucionalidade, respeitar a independência que foi aprovada e buscar os caminhos para harmonizar as políticas. A desarmonia não vai produzir os melhores resultados — disse.

Na carta do BC a Haddad, Campos Neto reforçou a mensagem dada na última reunião do do Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro, de que iria acompanhar "com especial atenção" os desdobramentos da política fiscal e seus efeitos sobre os preços de ativos, as expectativas de inflação, o grau de incerteza na economia e a taxa de juros neutra. Essa mensagem foi feita no contexto da aprovação da “PEC da Transição”, que ampliou os gastos públicos em R$ 169 bilhões neste ano.

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