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FAZENDA

Haddad diz que riscos de crises geopolíticas têm aumentado e demandam mais atenção

A declaração foi dada em entrevista à imprensa em que o ministro fez um balanço das entregas promovidas pela coordenação brasileira da Trilha de Finanças do G20

O ministro da Fazenda, Fernando HaddadO ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que os riscos relativos a crises geopolíticas, como as guerras da Ucrânia e no Oriente Médio, têm aumentando e demandam maior atenção. Para ele, o mundo vive hoje os desdobramentos políticos do que chamou de crise do neoliberalismo, que eclodiu com a crise financeira de 2008.

— Os desdobramentos ainda estão acontecendo, não foram totalmente superados e podem ser aguçados com novos episódios de desestabilização. Brasil tem feito esforço bastante grande de buscar interlocução com vários atores para superar esses obstáculos — afirmou.

A declaração foi dada em entrevista à imprensa em que o ministro fez um balanço das entregas promovidas pela coordenação brasileira da Trilha de Finanças do G20.

Mais cedo, houve a quarta e última reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20, que ocorre em Washington, capital dos Estados Unidos.

Também participaram da entrevista o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti, e a secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito.

Sobre as crises geopolíticas, Campos Neto concordou que têm ocorrido sequencialmente, mas avaliou que as repercussões no mercado têm sido menores.

---Temos tido crises de forma sequencial, mas tem sido uma realidade que o mercado tem reagido melhor das crises do que antes. A gente imaginava que ia ter uma ruptura do comércio maior com a guerra na Ucrânia e que, com a questão do Oriente Médio, o preço do petróleo estaria mais alto.

Sobre o balanço da presidência do G20, Haddad disse que "não poderia ser melhor"

— Não tinha como ser melhor o G20 do que foi para o Brasil. Nossas teses foram todas negociadas e aprovadas e o nosso país sucessor traz consigo o compromisso de mantê-las dentro da agenda do grupo.

Segundo ele, o discurso inaugural da África do Sul, que vai assumir a presidência, mostra que as agendas brasileiras serão carregadas, com a adição de suas próprias marcas. Ele citou, por exemplo, a taxação dos super-ricos.

Durante a entrevista, Haddad ainda disse que o governo estuda quais são as medidas necessárias para reforçar o arcabouço fiscal, para que seus parâmetros sejam críveis no médio e longo prazo.

— Eu acredito nesses parâmetros e se tivermos que fortalecê-los, esse é o caminho que vamos tomar.

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