Haddad e Rui Costa discutem regulamentar medidas fiscais
Presidente Lula prepara reunião ministerial para a segunda metade deste mês
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, se reuniram na noite desta segunda-feira (6) para discutir a regulamentação das medidas de corte de gastos aprovadas pelo Congresso no fim do ano passado.
O chefe da Casa Civil afirmou que também foi debatida a reunião ministerial que o presidente Lula pretende fazer na segunda metade deste mês.
— Vamos colocar a mão na massa para fazer as portarias e decretos necessários. E preparar a reunião ministerial que será na na segunda quinzena de janeiro. O presidente quer fazer um balanço de dois anos de governo, das medidas que foram votadas — disse Rui Costa.
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Foram aprovados dois projetos de lei e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que precisam ser regulamentadas por decretos e portarias.
— A gente aprovou um conjunto de medidas no fim do ano que precisam ter consequências. É importante que estejamos bem integrados para fazer com que essas leis produzam resultado nos curto espaço de tempo — disse Haddad.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou suas férias e retornou ao trabalho em Brasília nesta segunda. Mais cedo, ele se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o planejamento deste ano.
Cancelamento
O plano original era de que o ministro ficaria de férias desde o início do ano até 21 de janeiro e o cancelamento diz respeito ao período a partir do dia 10.
Os dias de férias entre esta segunda e o fim da semana já estavam suspensos por conta da programação do governo para lembrar os dois anos dos ataques do 8 de janeiro de 2023.
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que "a decisão de cancelar o período de descanso foi tomada após o pronto restabelecimento de seu familiar que passou por um procedimento cirúrgico no final do ano, motivo da marcação de férias neste período".
O fim do ano passado foi turbulento para o ministro com a aprovação das medidas do pacote fiscal e subida do dólar, que encerrou 2024 cotado a R$ 6,18, uma alta de 26%. Ontem houve uma melhor e a moeda americana fechou negociada a R$ 6,11.
Cobrança
Especialistas e agentes do mercado têm cobrado do governo novas medidas de ajustes nas contas públicas como forma de reduzir o patamar da moeda e também segurar a disparada dos juros.
Após a reunião da manhã, Haddad disse, porém, não ter conversado com Lula sobre novas medidas de corte de gastos.
— Não conversamos sobre isso (novos projetos de corte). Conversamos sobre outros temas, mais um planejamento para o ano, questão do Orçamento, que precisa ser votado — disse à jornalistas no Ministério da Fazenda após a reunião com o presidente.
O ministro explicou que será necessário conversar com o relator do Orçamento, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), para ajustar o texto a partir das leis aprovadas no fim de 2024 com medidas de contenção no crescimento de despesas.
O governo calcula uma economia de R$ 69,8 bilhões com as medidas em dois anos após as mudanças feitos pelo Congresso.