ECONOMIA

Haddad rebate críticas de empresários: "Quem está mal-informado é quem não tem os dados da Receita"

Ministro da Fazenda reafirma diagnóstico de gastos excessivos do Perse, programa de apoio ao setor. Ele afirmou também que novo secretário de Apostas Esportivas será indicado pela pasta

Fernando Haddad, ministro da FazendaFernando Haddad, ministro da Fazenda - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu nesta segunda-feira críticas feitas por parlamentares e associações ligadas ao setor de eventos.

Os empresários dizem que os gastos com o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) não estão no valor citado pelo ministro, em torno de R$ 17 bilhões. Mas, segundo o ministro, todas as estimativas que diz são baseadas em dados oficiais, da Receita Federal.

-- Ouvi afirmações inverídicas de associações. Eu só dou dados da Receitas Federal. Não tenho dados próprios, tudo que divulgo aqui me é informado pela Receita. Não posso estar mal-informado. A Receita é que me informa. Quem está mal-informado é quem não tem os dados da Receita Federal. Vamos baixar o tom e tratar do país, das contas do país -- afirmou.

A Receita Federal prepara relatório para detalhar os valores do programa. Segundo o Ministério da Fazenda, o Perse consumiu R$ 17 bilhões em 2023. Já entidades ligadas ao setor falam de um custo em torno de R$ 6 bilhões.

Apostas esportivas
Sobre a exoneração do secretário de apostas esportivas, José Francisco Cimino Manssur, Haddad disse que ela aconteceu a pedido do secretário, e negou que houve pressão de políticos do Centrão, que desejam indicar um nome para a secretaria.

Segundo o ministro, a indicação deve ser feita pelo secretário de Reformas Econômicas da pasta, Marcos Pinto:

-- Manssur esteve aqui para formatar o projeto das bets, foi um processo muito bem encaminhado por ele. Ele é um profissional de altíssima qualidade. A pedido, vai enfrentar outros desafios, mas não tem nada a ver com isso (pressão do Centrão).
 

O ministro defendeu que apenas a fiscalização sobre o setor ficará a cargo do Ministério dos Esportes. Todo o restante, incluindo o pagamento das outorgas, acontecerá na Fazenda.

-- Ouvir o Ministério do Esporte, quando for o caso. Os editais vão ser feitos, mas as outorgas vão ser pagas aqui, a Receita Federal vai recolher os tributos devidos. A única questão que nós fazemos questão que fique no Esportes é a integridade dos resultados. Isso é importante que fique lá. Nem temos competência técnica para fazer esse tipo de acompanhamento, garantir que não haja manipulação de resultados. A questão fazendária cabe à Fazenda -- afirmou.

Haddad e líderes do governo terão uma reunião nesta terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do andamento dos projetos do Executivo no Congresso.

-- Vamos ter uma reunião com presidente amanhã. A gente fez um apanhado de todas as considerações feitas pelos líderes, do presidente Rodrigo Pacheco (do Senado), que tem grande prestígio junto ao presidente Lula, mas também entramos um pouco no mérito, questões, números, para explicitar, para que todo mundo tenha consciência do que está em jogo -- disse Haddad.

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