Haddad vê condições para Brasil retomar crescimento este ano
Em Davos, ministro da Fazenda diz acreditar que arcabouço fiscal e reforma tributária saem ainda no primeiro semestre
Em meio ao cenário global indicando recessão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), vê condições de o Brasil retomar o crescimento este ano:
- Se o Brasil tomar as providências que precisa, e é preciso uma sensibilização dos Três Poderes, o Brasil não tem como não decolar - disse Haddad.
Em um tom otimista, o ministro acredita que tanto o arcabouço fiscal como a reforma tributária devem ser aprovados no primeiro semestre. Com isso, segundo ele, o Brasil terá condições de não sofrer os fortes respingos da crise econômica global que se avizinha.
- Tem coisas que a Fazenda não controla. Tem um cenário de inflação global, juros altos nos EUA, abertura ou não da China, petróleo - ponderou Haddad.
Com Bernard Appy na sua equipe econômica, Haddad vê chances de a reforma tributária avançar rapidamente. E sinalizou para a indústria que a decisão de não reonerar o IPI é o forte comprometimento do governo com essa agenda.
- [A reforma] é essencial para buscar justiça tributária e para reindustrializar o país porque a indústria paga hoje quase um terço dos tributos no Brasil e responde por 10% da produção. Há um desequilíbrio muito grande. O caminho é esse - afirmou.
Leia também
• Corte de gastos proposto por Haddad pode ser usado para reajustar salário mínimo
• Em Davos, Haddad reforça compromisso fiscal e diz que Brasil vai combater extremismo
• Haddad: arcabouço fiscal terá premissas confiáveis e sustentabilidade
Segundo o ministro, há maturidade para o tema tanto na Câmara como no Senado. “Nós entendemos que é preciso chegar num consenso. Se depender do governo, vamos votar a reforma no primeiro semestre.”
- [A reforma] é essencial para buscar justiça tributária e para reindustrializar o país porque a indústria paga hoje quase um terço dos tributos no Brasil e responde por 10% da produção. Há um desequilíbrio muito grande. O caminho é esse- afirmou. do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Esses encontros, segundo Haddad, são importantes para o governo brasileiro, que busca financiar projetos, sobretudo de energia limpa:
- Nós temos oportunidade aqui de nos reaproximarmos de alguns organismos que estavam distantes do Brasil nos últimos tempos. O PNUD é um deles. Quando era ministro da Educação, tinha uma proximidade com PNUD, Unicef e Unesco. No BID, tive oportunidade de conversar com o Ilan, que se colocou à disposição de financiar projetos desta natureza. O Brasil está atrás de financiamento para produzir energia limpa e o BID se colocou à disposição de se financiar esses tipos de projeto - disse o ministro.