Vale e Green Energy Park fecham parceria para desenvolver cadeia do hidrogênio verde no Brasil
Em nota, a Vale afirma que o objetivo é que essa unidade abasteça um futuro complexo industrial destinado à fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono no país
A Vale informou nesta terça-feira, 1º de outubro, que fechou uma parceria com a Green Energy Park (GEP), empresa integrada de hidrogênio europeia, para oferecer soluções de descarbonização para o setor siderúrgico global. Segundo a mineradora, as empresas desenvolverão estudos de viabilidade para a instalação de uma unidade de produção de hidrogênio verde no Brasil.
Em nota, a Vale afirma que o objetivo é que essa unidade abasteça um futuro Mega Hub - complexo industrial destinado à fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono - no país.
Segundo a empresa, a iniciativa conjunta poderá criar uma plataforma aberta a parcerias internacionais nas quais empresas siderúrgicas globais poderão adquirir e produzir "hot-briquetted iron (HBI ou ferro-esponja, em português) no Brasil e acelerar o crescimento da indústria de aço de baixo carbono.
"A Vale tem buscado ativamente parceiros para viabilizar a construção de Mega Hubs no Brasil, alinhados com seu objetivo estratégico de promover a indústria de baixo carbono no país. Nesses complexos industriais, a Vale irá produzir aglomerados de minério de ferro (pelotas ou briquetes), que servirão como insumo para a produção de HBI (um produto intermediário entre o minério de ferro e o aço) com hidrogênio renovável como agente redutor. O acordo com a GEP é mais um passo importante nessa direção", diz.
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"Estamos aproveitando as vantagens competitivas do Brasil, como minério de ferro de alta qualidade e energia renovável abundante, para potencialmente desenvolver o fornecimento de hidrogênio verde, o que permitirá a oferta de um HBI 'verde' com alto valor agregado às siderúrgicas europeias", destaca na nota a diretora de Energia e Descarbonização da Vale.
"A parceria com a Vale é um marco importante em nossa jornada rumo ao Net Zero. A colaboração entre nossas empresas tem como objetivo levar nossa tecnologia líder de hidrogênio verde para o núcleo dos setores de difícil abatimento, oferecendo uma plataforma competitiva para a produção de aço verde na Europa e em todo o mundo", comenta Bart Biebuyck, CEO da GEP.
O setor de ferro e aço é responsável por aproximadamente 8% do total de emissões de carbono do mundo, principalmente devido ao uso de carvão em altos-fornos. As altas emissões de carbono do setor siderúrgico representam um grande desafio para os esforços globais de redução das emissões de gases de efeito estufa e para alcançar uma economia neutra em carbono até 2050.
Para cada tonelada de aço produzida em altos-fornos, cerca de 2 toneladas de CO2 equivalente são liberadas na atmosfera. Em contraste, na rota de redução direta, o HBI produzido com hidrogênio verde como agente redutor, quando fornecido aos fornos elétricos a arco (EAFs), reduz as emissões de carbono para aproximadamente 0,4 tonelada de CO2 equivalente por tonelada de aço produzido, levando em conta todas as emissões ao longo da cadeia de valor. Esse processo resulta, portanto, em uma redução de 80% nas emissões, possibilitando a produção do "aço verde".