Logo Folha de Pernambuco
IMPOSTO

Homem mais rico da Europa ameaça se mudar para os 'EUA de Trump' após 'aperto' de imposto na França

Governo francês pediu que Bernard Arnault faça 'esforço' e participe do saneamento das contas públicas

O empresário francês Bernard Arnault, presidente e diretor executivo da LVMH, maior empresa de artigos de luxo do mundoO empresário francês Bernard Arnault, presidente e diretor executivo da LVMH, maior empresa de artigos de luxo do mundo - Foto: AFP

O governo francês pediu, nesta quarta-feira (29), ao presidente do maior grupo de luxo mundial LVMH, Bernard Arnault, para participar no saneamento das contas públicas, depois de o homem mais rico da Europa ameaçar ir embora para os Estados Unidos.

— Entendo a raiva deles. Entendo que, na situação orçamentária em que nos encontramos, todos têm que participar do esforço — disse a porta-voz do governo, Sophie Primas, referindo-se a um aumento temporário do imposto corporativo.

Na terça-feira, Arnault denunciou essa alta impositiva para as empresas, que o governo prevê em seu projeto de orçamento para 2025, assegurando que esse "imposto sobre o 'made in France' (...) leva à desterritorialização".

"Acabo de voltar dos Estados Unidos e pude ver o vento do otimismo que sopra nesse país. Na França, é um pouco a ducha fria", acrescentou o magnata, que foi um dos convidados à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

O empresário enfatizou que, nos EUA, “os impostos vão cair 15%” e que o estabelecimento de empresas é subsidiado em vários estados. “E o presidente [Trump] incentiva isso”, acrescentou.

Para reduzir os altos níveis de dívida e déficit públicos, o governo francês planeja, além de uma redução acentuada nos gastos públicos, arrecadar cerca de 8 bilhões de euros (50 bilhões de reais) com um aumento nos impostos corporativos somente em 2025.

Para empresas com mais de 3 bilhões de euros (18,4 bilhões de reais) de faturamento, como a LVMH, isso significará um aumento de cerca de 40% no imposto corporativo.

“As autoridades americanas nos pediram com veemência que continuássemos a criar” fábricas e, "na situação atual, é algo que estamos considerando seriamente", acrescentou Arnault durante a apresentação dos resultados de 2024 de seu grupo.

Após um ano passado turbulento, a LVMH anunciou na terça-feira uma queda de 17% no lucro líquido anual em 2024, para 12,5 bilhões de euros (77 bilhões de reais), e uma queda de 2% no faturamento, para 84,7 bilhões de euros (520 bilhões de reais).

A empresa, mais conhecida pelas bolsas Louis Vuitton, pela marca de moda Dior, pelo champanhe Moët & Chandon e pelas joias Tiffany, culpou parcialmente a desaceleração pelo fim da recuperação pós-coronavírus.

Veja também

Newsletter