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Horário de verão

Horário de verão: maior impacto seria entre 15 de outubro e 30 de novembro, diz ministro

Discussão sobre o tema esfriou após início do período chuvoso e pressão de setores

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira lançam Politica Nacional de Transição Energética Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira lançam Politica Nacional de Transição Energética  - Foto: Ricardo Botelho/MME

A decisão do governo sobre a volta do horário de verão neste ano será tomada na próxima terça-feria, disse nesta sexta o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Em conversa com jornalistas em Roma, o ministro disse ainda que o período mais relevante para a aplicação do horário de verão é de 15 de outubro a 30 de novembro. O presidente Lula já decidiu que o horário especial não volta antes do segundo turno das eleições, marcado para o dia 27.

— O horário de verão a importância maior dele é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Não que ele não tenha depois, mas ele vai diminuindo a curva de importância dele — afirmou o ministro.

Silveira disse que, após uma eventual decisão a favor do horário de verão, é preciso um prazo mínimo de 20 dias para implementar a medida.

— O horário de verão tem uma transversalidade em todas as políticas públicas. Tem alguns setores que são extremamente afetados pelo horário de verão. Se tem algo que não se pode abrir mão em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade — afirmou.

Como O Globo mostrou nesta semana, o início da época de chuvas em outubro, além da pressão do setor aéreo e de parte da indústria esfriaram as discussões sobre a volta do horário de verão, no Ministério de Minas e Energia.

Como forma de compensação, a pasta de Alexandre Silveira pediu estudos ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre alternativas para compensar o que seria a economia causada pelo horário diferenciado, estimado em R$ 400 milhões. Desde 2019 o horário de verão não é adotado no Brasil.

Entre as alternativas avaliadas estão buscar termelétricas mais baratas (embora isso seja um cálculo feito de acordo com o preço dos combustíveis) e ampliar o uso de linhas de transmissão de Itaipu.

A volta do horário de verão não foi bem recebida pela indústria, que temia aumento de custos em outras áreas além da energia.

Já representantes da aviação civil divulgaram comunicado conjunto alegando que precisariam de aviso prévio de 180 dias para adequar a malha aérea. Para o setor, a medida tem impacto em toda logística, prejudicando, sobretudo, voos internacionais.

Os setores do comércio, turismo, bares e restaurantes querem a adoção da medida.

No dia 19 de setembro, o ministro do MME, Alexandre Silveira, anunciou que o ONS e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) concluíram ser prudente a volta do horário de verão.

A estratégia seria deslocar o pico de consumo para um horário com mais geração solar, reduzindo a necessidade de acionar usinas termelétricas, mais caras e poluentes, para atender à demanda, em meio ao agravamento da seca.

Nesta semana, Silveira disse que a medida somente seria tomada em último caso.

— Se não for imprescindível, vamos esperar o período chuvoso (que começa normalmente em outubro) — disse Silveira, após evento sobre sanção do projeto do "combustível do futuro".

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