IBGE revisa dados e vê PIB maior em 2021 e no 1º semestre de 2022
Pelos novos dados, o PIB de 2021 cresceu 5% no ano passado, e não 4,6% como inicialmente divulgado
Ao divulgar os resultados do PIB no último trimestre, o IBGE informou uma revisão dos dados de sua série histórica que apontou um crescimento maior da economia brasileira no ano passado e no primeiro semestre de 2022.
Pelos novos dados, o PIB de 2021 cresceu 5% no ano passado, e não 4,6% como inicialmente divulgado.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explica que a revisão do PIB do ano passado ocorreu por conta de revisões nos dados primários utilizados no cálculo do Sistema de Contas Nacionais, como os do DataSus, dados de seguros e da Pesquisa Anual de Serviços. A coleta desses dados foi afetada pela pandemia.
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Já no primeiro e segundo trimestre de 2022, foram realizadas revisões na estimativa das Atividades Imobiliárias e no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
Com isso, no primeiro trimestre deste ano, a expansão do PIB foi de 2,4%, e não de 1,7% como informado anteriormente, sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior. E, no segundo trimestre de 2022, a alta do PIB foi de 3,7%, e não de 3,2% como tinha sido inicialmente divulgado.
Impacto da pandemia
O IBGE, assim como todos os institutos de estatísticas mundiais, sempre revisa os dados de sua série histórica à medida que novos indicadores são incorporados no levantamento.
Essas revisões costumam ser mais intensas na divulgação do PIB do terceiro trimestre, quando são conhecidos levantamentos anuais sobre a atividade econômica. Ou seja, a revisão de agora incorpora a nova série anual do PIB, ajustada até 2020.
A coordenadora de pesquisa chama atenção para o efeito da pandemia sobre as atividades nos últimos dois anos. Segundo Rebeca, a crise sanitária impactou de forma diferente as atividades, o que corroborou para uma mudança significativa de peso das grandes atividades econômicas em apenas dois anos.
— A agropecuária ganhou muito peso nesses últimos dois anos. Se olhar em relação a 2020, a agropecuária pesava 4,9% em 2019 e agora está pesando 8,8% em 2021. Os serviços, que geralmente iam de uma trajetória ascendente, passou a pesar 67,6% em 2021 ante 73,3% em 2019. (...) Temos tido recordes na safra e isso corrobora, mas a maior parte desse crescimento do agro nesses dois anos se deve aos aumentos muito grande de preços em relação aos outros preços da economia.