Ibovespa

Ibovespa realiza lucros e cai 0,95% após três recordes consecutivos

As principais blue chips alinharam-se em baixa ao longo da tarde, mas algumas delas mostraram leve recuperação

Bolsa de valoresBolsa de valores - Foto: Daniel Leal-Olivas/AFP

Após três sessões em máximas históricas de fechamento, o Ibovespa fez hoje pausa para que os investidores colocassem parte do lucro no bolso, o que resultou em baixa de 0,95%, aos 135.173,39 pontos, para o índice nesta quinta-feira.

O giro ficou em R$ 22,1 bilhões na sessão, em que o Ibovespa flutuou dos 134.835,74 aos 136.462,18 na máxima do dia, correspondente ao nível de abertura. Na semana, o índice ainda avança 0,91%, colocando o ganho do mês a 5,89% e o do ano a 0,74%.

As principais blue chips alinharam-se em baixa ao longo da tarde, mas algumas delas mostraram leve recuperação no fechamento, entre as quais Petrobras (ON +0,10%, PN +0,13%), em dia de retomada do petróleo (Brent +1,54%, WTI +1,50%) após sequência negativa - de quatro sessões - para os preços da commodity.

Vale ON, por sua vez, obteve ganho de 0,14%, na máxima do dia no fechamento, descolando-se dos demais nomes do setor metálico (CSN ON -1,62%, na mínima da sessão no encerramento; Gerdau PN -0,81%, Usiminas PNA -3,46%), em quinta-feira de ajuste negativo para o minério de ferro na China e em Cingapura.

Como um todo, o setor metálico - assim como em parte os bancos (hoje, Itaú PN -0,92%, BB ON -2,44%, Bradesco PN -0,70%) - haviam contribuído para as máximas históricas do Ibovespa, e nesta quinta-feira ambos participaram em conjunto do movimento de ajuste, em realização de lucros.

Na agenda externa, leitura preliminar do PMI composto dos EUA em agosto superou as expectativas, assim como o PMI composto da zona do euro, que teve avanço inesperado na componente de serviços. Com isso, as preocupações quanto à atividade fraca em ambas as economias arrefeceram, dando impulso hoje aos preços do petróleo - sem que as ações da Petrobras reagissem, até bem perto do fim da sessão.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para CVC (-6,52%), MRV (-5,28%) e Magazine Luiza (-4,84%). Na fila oposta, Embraer (+2,15%), Weg (+1,44%) e Ambev (+0,46%). Em Nova York, a sessão desta quinta-feira também foi de ajuste negativo, com destaque para a retração de 1,67% no Nasdaq, o índice de tecnologia.

"Dia foi de realização de lucros na B3, em correção puxada por ações mais sensíveis a juros, em dia de alta na curva do DI e no dólar. Poucos nomes sustentaram alta, e ainda assim sem expressão. Ainda há debate franco sobre alta da Selic, que deve ganhar mais tração nas próximas semanas até a reunião do Copom. Juros podem subir aqui enquanto cai a taxa dos Estados Unidos", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando a "adição de prêmio" na curva de juros doméstica na sessão.

Ele observa, por outro lado, ser saudável uma correção nos preços das ações após três máximas de fechamento consecutivas. "É bom que a alta seja gradual, sem exageros em sequências muito longas de ganhos", acrescenta.

"O importante é que a recuperação se mantenha em horizontes mais dilatados, com ponderação e sobriedade, mantida a perspectiva ainda favorável à recuperação de preços dos ativos."

No mesmo sentido favorável à percepção sobre a economia doméstica, pela manhã, dados sobre a arrecadação federal em julho mostraram alta de 9,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, "refletindo forte crescimento da atividade econômica e a melhora no mercado de trabalho", aponta o economista Rafael Perez, da Suno Research.

"Diante do quadro bastante favorável para a atividade econômica, esperamos continuidade na expansão das receitas ao longo do ano, embora em intensidade menor que no primeiro semestre", acrescenta o economista.

Perez observa que, mantida a tendência de avanço pelo lado das receitas, e de menor impulso aos gastos, tendo em vista os bloqueios e contingenciamentos no orçamento, aumenta a chance de que o governo venha a cumprir, este ano, o limite inferior da meta para as contas públicas, o que pode resultar em redução da percepção de risco fiscal no curto prazo.

"Houve muita pressão compradora, levando o Ibovespa a novas máximas históricas" nas sessões anteriores, diz Felipe Moura, analista da Finacap. "Os investidores têm tomado mais risco, com indicadores econômicos e outros sinais do exterior, como a ata do Federal Reserve ontem, que firmam a expectativa por corte de juros nos Estados Unidos em setembro, possivelmente de meio ponto porcentual já nesta reunião, enquanto o cenário para a Selic, aqui, permanece ainda em aberto."

Do macro ao micro, a temporada de resultados corporativos das empresas domésticas no segundo trimestre, considerada bem sólida, mostrou resultados 40% acima das estimativas de receita projetada pela XP, aponta a estrategista de ações Jennie Li.

"A expectativa de 147 mil pontos para o índice (Ibovespa) até o final do ano se mantém, mas o posicionamento ainda é cauteloso, com foco em setores defensivos, diante da volatilidade e dos riscos fiscais e políticos domésticos", acrescenta a estrategista da XP.
 

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