ICF-PE tem desempenho tímido neste mês, mesmo com a perspectiva dos eventos de fim de ano em 2022
A pesquisa do ICF é um indicador que acompanha as tendências no comportamento de compra pelas famílias no curto prazo
O índice de intenção de consumo das famílias registrou novamente um desempenho discreto neste mês, mesmo com a expectativa dos eventos de fim de ano em 2022. Com variação de 0,6%, chegando a 83,3 pontos. É o que diz o recorte local feito pela Fecomércio-PE sobre a pesquisa do Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), de novembro, calculada pela CNC.
A pesquisa do ICF é um indicador que acompanha as tendências no comportamento de compra pelas famílias no curto prazo, baseado em suas perspectivas sobre o mercado de trabalho, renda e acesso a crédito. Os índices são mensurados de acordo com a situação das famílias com relação ao ano anterior e as suas expectativas para os próximos seis meses, variando de 0 a 200 pontos. No caso deste mês é indicado uma insatisfação, levando em conta que abaixo de 100 pontos é desagrado ou pessimismo.
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Mesmo com esse resultado, que ainda está distante de sinalizar um ambiente de otimismo por parte das famílias, o indicador chega perto do patamar observado em abril de 2020, no início da pandemia, quando ainda não expressava grande queda na intenção de consumo, conforme se acompanhou nos meses seguintes da pandemia do covid-19.
As medidas de suporte à renda nesse segundo semestre de 2022 e o emprego formal com bom desempenho nos últimos meses, vêm contribuindo pelo menos para uma estabilidade da intenção de consumo, segundo a Federação. O longo período de elevação de preços e de uma taxa de desemprego em dois dígitos ainda reflete no poder de compra das famílias, uma vez que mais de 80% delas se encontram endividadas e 30% se encontram inadimplentes.
As pesquisas sobre a perspectiva de compras para os eventos do fim de ano vêm corroborando essa tendência. A sondagem sobre o Black Friday realizada pela Fecomércio apontou que 54% dos pernambucanos com 18 anos ou mais pretendem aproveitar o período de descontos, com um gasto médio de R$ 1.062, valores que em 2021 foram estimados em 58% e R$ 1.377, respectivamente, às vésperas do evento comercial.
Entre outubro e novembro, os componentes da avaliação que tiveram impacto positivo mais relevante sobre o índice geral foram o ‘nível de consumo atual’, a ‘perspectiva de consumo’ e o ‘momento para duráveis’, cujos índices que avançaram 5,4%, 7,4% e 8,8%, respectivamente. Por outro lado, esses três subíndices do ICF são os de menor patamar até então, muito abaixo dos 100 pontos, o que configura uma avaliação minimamente satisfatória.
Além disso, é importante ressaltar que o avanço desses três componentes em novembro tem estreita relação com o clima do final de ano. No caso do consumo de bens duráveis, especialmente, o Black Friday e a Copa do Mundo ocorrendo na mesma época do ano, podem ainda ajudar o desempenho das vendas.
Sobre esse aspecto, destaca-se que um levantamento da CNC, como recorte especial do ICF, aponta que cerca 36% dos brasileiros pretendem consumir itens estimulados pela Copa do Mundo (12 pontos percentuais acima da Copa do Mundo de 2018), com um gasto médio de R$ 212. Em Pernambuco, a intenção foi apontada por 41%, com um gasto médio de R$ 163.
Já no que diz respeito às vendas do Black Friday, que inicialmente oficialmente em 25 de novembro, é interessante observar que o índice de ‘momento para duráveis’, na comparação anual, corrobora a perspectiva da sondagem realizada pela Fecomércio, em que se observa uma leve queda na intenção de compras em relação ao ano anterior, tanto em proporção de consumidores quanto em valor médio das compras.