Brasil

IGP-M tem queda histórica? Meu aluguel vai diminuir? Entenda

Desde a pandemia, contratos de locação estão mais vinculados às condições de oferta e procura por imóveis do que ao índice de correção

Imóveis no RecifeImóveis no Recife - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O IGP-M, indicador conhecido como a "inflação do aluguel", muito usado como ponto de referência em contratos de locação, registrou a maior baixa desde 1989, o início da série histórica, entre janeiro e dezembro deste ano, marcando uma queda de 3,18%.

A derrocada, no entanto, não irá afetar os preços para locação de imóveis em 2024, que devem permanecer em alta e estão mais vinculados às condições do mercado imobiliário, ou seja, à oferta e procura por imóveis, do que ao índice, avaliam especialistas.

— O IGP-M é muito citado em contratos de locação, mas pouco utilizado. Isso porque na época da pandemia, quando o IGP-M explodiu, as negociações prevaleceram. Não tinha condição de pagar um reajuste de aluguel naquele patamar de 40% que o IGP-M chegou a registrar ali entre 2020 e 2021. Muita gente achou melhor trocar o indexador pelo IPCA também — explica o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre. — Mas nem o IGP-M nem o IPCA foram pensados exatamente para serem usados como indexadores do aluguel, que tende a seguir mais as leis de mercado.

Braz avalia que os aluguéis devem permanecer em alta nos próximos meses:

— Os aluguéis estão ficando mais caros nesse momento porque a gente ainda tem taxas de juros altos e está muito caro para quem quer financiar uma casa ou apartamento. Então, tem muita gente adiando a compra do imóvel novo e preferindo alugar nessa fase — ele explica. — A tendência é que os preços subam menos, à medida que a Selic (taxa básica de juros definida pelo Banco Central) vá diminuindo, mas não é um efeito imediato. Os cortes que acontecem agora só vão repercutir na economia no segundo semestre do ano que vem.

Preço do aluguel subiu 15% este ano
O Índice FipeZap, que mede a variação do preço do aluguel residencial em 25 cidades do país, registrou um avanço de 15,02% este ano, até novembro.

O índice mede os preços dos aluguéis de imóveis anunciados. Em 12 meses, o índice acumula alta de 16,03%. Goiânia foi a capital que registrou maior alta neste período: 38,40%.

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