IIF: diferença estrutural, dívida e dinâmica comercial ditam resposta da América Latina a dólar
O governo dos EUA tem usado cada vez mais seu poder financeiro para impor sanções econômicas, alavancando o papel central do dólar nas finanças globais
As diferenças na estrutura econômica, o nível de exposição à dívida externa e a dinâmica comercial nos principais países da América Latina moldaram a resposta da região às recentes flutuações do dólar, avaliou o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).
Apesar dos crescentes desafios, incluindo diferenciais mais apertados de taxas para os Estados Unidos, a dominância do dólar americano na arquitetura financeira internacional parece estar fadada a continuar, fornecendo fortes incentivos para que os países emergentes desenvolvam mecanismos de enfrentamento às oscilações da moeda, pontuou o IFF, em relatório publicado nesta quinta-feira.
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Políticas macroeconômicas sólidas e consistentes, acúmulo de colchões externos e estratégias de diversificação de comércio e investimento são ferramentas que deveriam ser adotadas pelos países emergentes como forma de se protegerem, ressaltou o instituto.
O desmonte de operações de carry trade e o uso do dólar como uma arma financeira complicaram ainda mais o cenário financeiro global recentemente. O governo dos EUA tem usado cada vez mais seu poder financeiro para impor sanções econômicas, alavancando o papel central do dólar nas finanças globais.
Essas sanções podem afetar severamente os países alvos, restringindo seu acesso ao sistema financeiro dos EUA e dificultando sua capacidade de participar em trocas comerciais e transações financeiras internacionais.
Em resposta, os países emergentes buscam alternativas para reduzir a dependência do dólar, como moedas regionais, acordos comerciais bilaterais e novos sistemas de pagamento. No entanto, esses esforços tiveram sucesso limitado contra a posição arraigada do dólar como moeda mundial dominante.
O IFF observou que o euro, o yuan chinês e outras moedas enfrentam barreiras significativas para se tornarem verdadeiros rivais do dólar, incluindo incertezas políticas e econômicas, obstáculos regulatórios e aceitação global mais limitada.