Logo Folha de Pernambuco

economia

Impacto da pandemia sobre bancos cai 50% em novo teste de estresse

Banco Central apresentou novas simulações em relatório

Banco CentralBanco Central - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O impacto da pandemia sobre os bancos, num cenário severo de inadimplência de empresas e de trabalhadores vulneráveis, caiu 50% no novo teste de estresse divulgado nesta quinta (15) pelo Banco Central (BC). Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, o BC teria de aportar R$ 35 bilhões na simulação que considera um choque severo da Covid-19 sobre o sistema financeiro nacional, o que representa a metade do teste anterior, feito em maio.

Hoje, os aportes necessários em situação de severo estresse somariam 3,5% do total do patrimônio de referência do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Segundo o BC, o novo teste é mais preciso porque considera dados observados ao longo da pandemia. Em maio, a simulação baseava-se em premissas teóricas sobre a evolução de casos e da atividade econômica.

No teste de estresse, o BC simula o quanto uma situação de severa inadimplência e de corrida aos bancos impacta o cumprimento dos limites regulatórios mínimos pelas instituições financeiras e quanto a autoridade monetária precisaria aportar ao sistema financeiro. Entre esses limites estão a manutenção de uma reserva em caixa para garantir que os bancos paguem todos os clientes que forem sacar dinheiro em momentos de crise.

Segundo o Banco Central, a melhoria dos fluxos de recebimento de vários setores da economia até agosto contribuiu para a redução do impacto da pandemia depois da queda acentuada registrada em abril e maio.

Robustez
Apesar das simulações de cenários severos, o BC considera que o Sistema Financeiro Nacional está bem capitalizado, provisionado (com reservas) e com liquidez elevada para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Na avaliação da autoridade monetária, diversas medidas tomadas nos últimos meses, como a injeção de R$ 1,2 trilhão na economia e a postergação de pagamentos de impostos e de dívidas, ajudaram a manter o fluxo de crédito para a economia real e garantiram o funcionamento do mercado.

“Os mercados financeiros funcionaram adequadamente, e o balanço do sistema bancário cresceu consideravelmente no primeiro semestre de 2020, com elevado volume de captações e suprimento de crédito para a economia real no ritmo mais acelerado dos últimos cinco anos”, destacou o relatório.

Riscos
O relatório, no entanto, admitiu que existem fontes de preocupação para o sistema financeiro. De acordo com o texto, a atual taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% ao ano pode aumentar a volatilidade de preços de ativos econômicos, como títulos públicos e dólar. Outro risco, que será monitorado pelo BC, são impacto da redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 e o fim da carência no pagamento de vários tipos de dívidas adiadas no início da pandemia.

Para reduzir esses riscos, o sistema bancário aumentou o volume de provisões, reservas usadas para cobrir eventuais inadimplências. O índice de cobertura de ativos problemáticos atingiu 87,83% em junho, praticamente o mesmo nível observado em março (87,89%). Os níveis são os mais altos observados desde o segundo semestre de 2015, quando o índice ultrapassou 88% após a retirada do grau de investimento (selo de bom pagador) do Brasil por agências internacionais de classificação de risco.

Veja também

Raízen quer vender Oxxo e achar sócio para negócio de etanol
ENERGIA

Raízen quer vender Oxxo e achar sócio para negócio de etanol

Cartilha dá dicas para não cair em golpes na Black Friday
BLACK FRIDAY

Cartilha dá dicas para não cair em golpes na Black Friday

Newsletter