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Economia

Inadimplência sobe junto com taxas de juros no primeiro semestre

Os juros cobrados estão no maior patamar desde abril de 2018

EconomiaEconomia - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A inadimplência e as taxas de juros cobradas por instituições financeiras registraram elevação no primeiro semestre deste ano refletindo as dificuldades econômicas da população frente à inflação alta e a trajetória de subida nos juros básicos.

De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta segunda-feira, a taxa média dos juros cobrados por instituições financeiras no geral subiu de 33,8% em dezembro para 39% em junho, maior patamar desde abril de 2018, quando a média chegou a 40,6% ao ano.

As taxas de juros subiram em menor nível para as empresas. Em dezembro do ano passado, a taxa média cobrada era de 19,7% ao ano e chegou a 22,6% em junho, o maior nível desde novembro de 2017 quando a taxa chegou a 23%.

O capital de giro, uma das principais linhas de crédito para empresas, teve a taxa média de juros elevada de 14,9% ao ano em junho de 2021 para 23,3% em junho de 2022.

Para pessoas físicas, a elevação foi de 45% para 51,5% ao ano no mesmo período. O maior nível antes do registro no último mês de junho foi há dois anos. Em junho de 2019, a taxa média cobrada foi de 52,1%.

Na modalidade de crédito pessoal, os juros subiram de 32,6% ao ano na metade do ano passado para 41,4% em junho deste ano.

O custo do empréstimo acompanha as elevações na taxa básica, a Selic, que estão acontecendo desde março de 2021. Lá atrás, a Selic estava em 2% e chegou a 13,75%, patamar atual.

Todas as taxas consideram os recursos livres, ou seja, aquelas modalidades que não têm condições estabelecidas pelo governo.

Inadimplência

A inadimplência dos recursos livres em junho chegou a 3,6% contra 3,1% em dezembro do ano passado. O maior nível antes desse havia sido registrado em junho de 2020, quando a inadimplência chegou em 3,7%.

Apesar desse movimento, o patamar ainda é inferior ao registrado antes da pandemia, quando a taxa costumava ficar em torno de 4%. Para empresas, a inadimplência ficou em 1,7% contra 1,5% no final de 2021 e para pessoas físicas a elevação foi de 4,4% para 5,2%.

Como O Globo já mostrou, a inadimplência no cartão de crédito entre as camadas mais pobres da população vem subindo. A modalidade tem os juros mais caros do mercado quando há atraso na fatura com o rotativo chegando a 370,4% ao ano em junho. Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando o rotativo custava 428% ao ano.

Concessões em alta

Apesar desse cenário, as concessões de crédito continuam em alta e subiram 27,8% na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2021.

Por exemplo, em junho deste ano foram concedidos R$ 449 bilhões contra R$ 377 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Entre pessoas físicas, o destaque vai para o uso do cartão de crédito, que subiu para R$ 180 bilhões em junho deste ano contra R$ 131,2 bilhões em junho de 2021.

Para empresas, o desconto de duplicatas e recebíveis registrou R$ 75 bilhões concedidos em junho contra R$ 63,6 no mesmo mês do ano passado.

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