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Bancos centrais

Independência dos bancos centrais é fundamental para a economia, ressalta governadora do Fed

O Fed possui um mandato duplo do Congresso americano para atuar de forma independente no controle da inflação

Sede do Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados UnidosSede do Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos - Foto: Fed/Divulgação

Um banco central independente é fundamental para a economia, ressaltou nesta quinta-feira (14) uma integrante do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), no Uruguai, em meio a preocupações de que o presidente eleito Donald Trump tente influenciar sua instituição.

O Fed possui um mandato duplo do Congresso americano para atuar de forma independente no controle da inflação e na manutenção do pleno emprego.

Qualquer tentativa de limitar a independência do Fed poderia gerar questionamentos no mercado sobre sua capacidade de cumprir esses papéis no longo prazo.

O discurso da governadora Adriana Kugler em Montevidéu ocorre pouco mais de uma semana após a eleição de Trump, que já questionou a independência do Fed e sugeriu que o presidente dos Estados Unidos deveria ter, "pelo menos", a possibilidade de opinar sobre a política monetária.

Adriana não mencionou diretamente o republicano em seu discurso, mas destacou que controlar a inflação em seu país exigiu um compromisso de aceitar "os sacrifícios" necessários para devolver a estabilidade de preços à economia.

"Foi amplamente reconhecido - e a pesquisa econômica afirma isso - que a independência dos bancos centrais é fundamental para alcançar boas políticas e bons resultados econômicos", declarou.

"Não é suficiente por si só para alcançar esses objetivos, mas, ao longo do tempo, quase sempre é necessária", acrescentou Adriana, uma das sete dirigentes mais importantes do Fed, durante a reunião anual da Associação de Economia da América Latina e do Caribe (Lacea) e do Capítulo Latino-Americano da Sociedade Econométrica.

Durante a campanha presidencial, Trump criticou o presidente do Fed, Jerome Powell, que ele próprio nomeou para o cargo, sugerindo que não o manteria no posto quando seu mandato acabasse, em 2026.

Quem substituir Powell terá um papel significativo nas taxas de juros, que determinam o custo do dinheiro na economia. Contudo, o novo presidente do banco central será limitado pelo sistema descentralizado do Fed, que dá às filiais regionais voto sobre o nível das taxas.

Questionada sobre a defesa da independência do banco central frente às ameaças políticas, Adriana disse que o Fed "está comprometido" com suas responsabilidades.

"O Congresso nos pede para nos comprometermos com esse mandato duplo, sermos objetivos, sermos independentes, para nos isolarmos de forças externas (...) para tomar decisões da melhor forma possível para o povo", disse. "E isso é o que fazemos todos os dias."

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