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Inflação desacelera em abril, mas remédios e alimentos pressionam o índice

Indicador subiu 0,61 no mês, influenciado pelo reajuste dos medicamentos. Preços de alimentação no domicílio volta a subir

Farmácia PopularFarmácia Popular - Foto: Arquivo/Agência Brasil

Puxada pela alta nos medicamentos, a inflação ficou em 0,61% na passagem de março para abril. O resultado indica uma desaceleração em relação ao mês de março, quando ficou em 0,71%. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (12).

O número veio acima do esperado pelo mercado. As projeções dos economistas giravam em torno de 0,54% no mês

Com o resultado, a inflação acumula alta de 4,18% em 12 meses, abaixo dos 4,65% observados nos 12 meses imediatamente anteriores

Medicamentos e alimentos mais caros
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta, segundo o IBGE. O destaque ficou para o grupo Saúde e cuidados pessoais, que registrou a maior variação (1,5%) e foi responsável por 0,19 ponto percentual da inflação no mês.

"O resultado nesse grupo foi influenciado pela alta nos produtos farmacêuticos, justificada pela autorização do reajuste de até 5,60% no preços nos medicamentos, a partir de 31 de março" explica o analista da pesquisa, André Almeida, destacando a contribuição de 0,12 p.p. desses itens no mês.

Já os preços nos planos de saúde tiveram alta de 1,20%. Segundo o IBGE, houve incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Outro grupo que contribuiu para o resultado de abril foi o de Alimentação e bebidas, cujos preços aceleraram de 0,05% em março para 0,71% em abril. A alimentação no domicílio, que tinha ficado no campo negativo em março (-0,14%), subiu 0,73% em abril. Pesaram os aumentos nos preços do tomate (10,64%), leite longa vida (4,96%) e do queijo (1,97%). Entre os alimentos em queda, os destaques foram a cebola (-7,01%) e o óleo de soja (-4,44%).

Perspectivas para 2023
Economistas preveem que a inflação acumulada em 12 meses vai desacelerar até meados de junho, quando volta a pegar tração e terminar o ano ao redor de 6%. Nesse cálculo, sai da conta o efeito das desonerações dos combustíveis, que no ano passado levou o IPCA a registrar três meses seguidos de queda nos preços. Em 2022, o IPCA fechou em 5,79%.

A projeção de que a safra agrícola de 2023 vá bater o recorde de 302 milhões de toneladas este ano, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) que o IBGE divulgou nesta quinta-fiera, pode atenuar o peso da inflação no bolso do consumidor.

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