Inflação desacelera em março, apesar da volta de impostos sobre combustíveis
Índice registrou alta de 0,71%. Gasolina exerceu maior impacto sobre o índice no mês
A inflação avançou 0,71% em março. O resultado aponta para uma desaceleração em relação ao mês de fevereiro, quando ficou em 0,84%. Os dados são do do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11).
As projeções dos economistas apontavam para uma alta em torno de 0,77% no indicador mensal
Com o resultado, a inflação acumula alta de 4,65% em 12 meses, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores
Esta é a menor variação desde janeiro de 2021, quando o IPCA somava 4,56% em 12 meses
Leia também
• Previsão do mercado financeiro para inflação sobe para 5,98%
• Líderes latino-americanos entram em acordo para plano de combate à inflação
• Inflação medida pelo IPC-S sobe para 0,74% em março
Economistas esperavam uma desaceleração diante da saída do efeito dos reajustes das mensalidades escolares, concentradas no mês de fevereiro. Por outro lado, os preços dos combustíveis ficaram mais pressionados diante da volta do PIS/Cofins sobre a gasolina. Além disso, houve uma elevação das tarifas elétricas com a volta da cobrança do ICMS sobre a TUST/TUSD, tarifas de uso do sistema de transmissão e distribuição.
O que dizem os analistas?
Analistas projetam que a inflação acumulada em 12 meses vai desacelerar até meados de junho, quando volta a pegar tração e terminar o ano perto de 6%. Isso porque saem da conta o efeito das desonerações dos combustíveis, que no ano passado levou o IPCA a registrar três meses seguidos de queda nos preços.
Economistas projetam que o índice termine o ano ao redor de 5,98%, segundo o Boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, que reúne projeções de economistas. Na semana anterior, a previsão era de 5,96%.
A definição de um ICMS único, que valerá a partir de julho, deverá encarecer gasolina e etanol e elevar ainda mais a inflação. Diante disso, já há bancos estimando que o IPCA encerre o ano mais próximo de 6,5%.