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Crise na Argentina

Inflação dispara na Argentina em meio a mal-estar social

Argentina registrou inflação de 6,7% em março

 inflação anual no país chegou em março a 55,1%, uma das mais altas do mundo inflação anual no país chegou em março a 55,1%, uma das mais altas do mundo - Foto: TOMAS CUESTA / AFP

A Argentina registrou uma inflação de 6,7% em março e os preços ao consumidor acumularam uma alta de 16,1% no primeiro trimestre de 2022, em meio ao mal-estar social crescente, com manifestações que exigem mais ajuda do governo.

A inflação anual chegou em março a 55,1%, uma das mais altas do mundo, informou hoje o Instituto de Estatísticas estatal. O item alimentação teve alta de 7,2% em março. Também houve fortes aumentos em educação (23,6%), vestuário e calçados (10,9%), e habitação, água, luz e gás (7,7%).

Milhares de manifestantes saíram em passeata hoje até a sede do governo para pedir ao presidente Alberto Fernández empregos e maior assistência do Estado.

O economista Víctor Beker, diretor do Centro de Estudos da Nova Economia da Universidade de Belgrano, atribuiu o aumento da inflação ao impacto dos aumentos previstos em energia e educação, mas também ao efeito do "aumento dos preços das commodities devido à guerra na Ucrânia".

"Como se isso não bastasse, acrescentou-se o anúncio feito pelo presidente Alberto Fernández de uma 'guerra contra a inflação', que gerou remarcações preventivas de preços por medo de congelamento", acrescentou o economista.

Taxa de juros
O Banco Central (BCRA) elevou nesta quarta-feira a taxa de juros de referência em 250 pontos base, de 44,5% para 47% anual em termos nominais das Letras de Liquidez (Leliq), que conferem, assim, uma rentabilidade efetiva de 58,7%, segundo comunicado da autoridade monetária.

"O BCRA, em coordenação com o governo, usará todas as suas ferramentas para ajudar a moderar os efeitos sobre a inflação do choque das commodities", indicou em comunicado o banco, segundo o qual "espera-se que a inflação comece a desacelerar gradualmente a partir de abril e maio".

A Argentina experimenta uma reativação econômica, com 10,3% de crescimento em 2021, depois de mais de dois anos de recessão, mas essa cifra é ofuscada pela inflação, que reduz o poder de compra, e pela pobreza, que atinge 37% da população.

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