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Economia

Inflação fecha 2020 acima do centro da meta, aponta IBGE

Dentre os alimentos que mais aumentaram os preços estão o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%)

DinheiroDinheiro - Foto: Flickr

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechou dezembro com alta de 1,35% e encerrou o ano de 2020 em 4,52%, acima do centro da meta da inflação para o ano, de 4%.
 
Segundo o IBGE, foi a maior alta desde 2016, quando o índice registrou crescimento de 6,29%. O indicador de dezembro, por sua vez, teve o maior crescimento desde fevereiro de 2013, quando registrou aumento de 1,57%.
 
O resultado de 2020, porém, ficou dentro do intervalo de tolerância. O índice poderia oscilar entre 3,5% e 5,5%, com o centro estipulado em 4%, sem que a meta seja descumprida.
 
A meta da inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O Banco Central reduz ou eleva a Selic, a taxa básica de juros da economia, para alcançá-la.
 
O resultado da inflação oficial do país foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12).
 
A alta de 14,09% nos preços dos alimentos e bebidas, impulsionada pela pandemia, que gerou forte demanda por esses produtos, além da alta do dólar e dos valores das commodities no mercado internacional, foi o que mais pesou. O crescimento é o maior no setor desde 2002 (19,47%).
 
Entre os alimentos que mais aumentaram os preços, o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%) estão entre os que mais dispararam, assim como o leite longa vida (26,93%), as frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).
 
Os alimentos para consumo no domicílio ficaram 2,21% mais caros em dezembro, assim como a alimentação fora do domicílio cresceu 0,77%, com destaque para refeição (0,74%) e o lanche (0,89%).
 
De acordo com o IBGE, a inflação também foi puxada pelo grupo habitação, que subiu 5,25% no ano passado, influenciado pela alta de 9,14% na energia elétrica.
 
O item sofreu variação após 10 meses consecutivos de vigência da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Em dezembro, porém, entrou em vigor a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora.
 
Alguns locais também sofreram reajustes tarifários, como Rio Branco (11,05%) e Porto Alegre (11,55%).
 
Outro item do grupo habitação que enfrentou reajuste foi a taxa de água e esgoto. Em Belo Horizonte, a alta foi de 3,04%. Em Vitória, ficou em 2,95%.
 
No total, os grupos alimentação e bebidas, habitação e artigos de residência -puxado pelo efeito do dólar sobre o preço dos eletrodomésticos, equipamentos e artigos de TV, som e informática - foram responsáveis por quase 84% da inflação de 2020.
 
Em dezembro, os artigos de residência cresceram 1,76% e tiveram a segunda maior variação entre os nove grupos pesquisados. Os artigos de tv, som e informática subiram 2,52%, o item mobiliário teve alta de 2,92% e eletrodomésticos e equipamentos cresceram 1,00%.
 
No grupo dos transportes, que representa o segundo maior peso na composição do indicador de inflação, a alta no ano foi de 1,03%. Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, explicou a variação nos preços dos combustíveis como crucial no setor.
 
"Tivemos quedas fortes, em abril e maio, por conta do preço da gasolina, que fechou o ano em queda (-0,19%), apesar das seis altas consecutivas de junho e dezembro. As passagens aéreas tiveram uma queda de 17,15% no acumulado do ano, ajudando a puxar o resultado para baixo", disse Kislanov.


No grupo Educação, a alta foi de 0,48% em dezembro. O maior impacto veio dos cursos regulares (0,55%), em virtude da coleta extraordinária de preços. A educação de jovens e adultos sofreu a maior variação (3,83%).
 
Todas as regiões pesquisadas tiveram alta em dezembro. Aracaju (0,91%) apresentou o menor índice, impulsionado pela queda nas mensalidades dos cursos regulares e nos preços de produtos alimentícios como o queijo e o tomate.
 
Já a alta nas carnes fez São Luís ter o maior resultado (2,18%).

 

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