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POLÍTICA MONETÁRIA

Inflação no Brasil está mais persistente 'do que se imaginava', avalia diretor do Banco Central

Fatores globais justificariam a escalada de preços, como os efeitos prolongados da pandemia e guerra na Ucrânia

Apesar de melhoras, inflação no País segue persistente, de acordo com opinião do diretor de Política Monetária do Banco CentralApesar de melhoras, inflação no País segue persistente, de acordo com opinião do diretor de Política Monetária do Banco Central - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou nesta quinta-feira que a inflação brasileira continua persistente, apesar das melhoras recentes.

Por outro lado, o integrante da cúpula do BC acrescentou que, diferente de pares internacionais, o Brasil estaria um cenário mais favorável tanto na perspectiva sobre o nível de preços, quanto na projeção de crescimento econômico.

O IPCA, no acumulado de 12 meses, está em 4,61%. A previsão do mercado e da equipe econcômica é que o ano termine em um patamar próximo de 5%.

— É uma inflação, ainda, mais persistente do que se imaginava inicialmente. Mais resiliente. Especialmente quando olhamos para alguns indicadores, como serviços subjacentes (desconsiderando choques temporários nos preços) e outras questões que costumamos olhar com mais atenção. O mercado de trabalho também se mostra mais resiliente — disse, ao participar de evento em São Paulo.

 

Para a decisão sobre a taxa básica de juros, o Banco Central está com a lupa, por exemplo, para a trajetória da inflação de serviços e núcleos de inflação (quando itens voláteis não são retirados, sobretudo energia e alimentos).

O mercado de trabalho também está sendo observado de forma cautelosa pelo Comitê de Política Monetária (Copom), mas há o entendimento de que o aumento de vagas e a redução da taxa de desemprego recentes ainda não provocaram pressões inflacionárias.

Segundo o diretor do BC, o Copom tem empregado palavras como "parcimônia" e "serenidade" porque seria preciso “ter humildade para reagir de acordo com os dados” apresentados, ou seja, os indicadores observados para basear a decisão sobre juros.

Galípolo declarou no evento que muitos países estão passando por situação similar à brasileira, com inflação sendo reduzida lentamente. Apesar da busca por "explicações domésticas”, os fatores globais justificariam a escalada de preços, como os efeitos prolongados da pandemia e guerra na Ucrânia.

— O alento é que desta vez não é uma idiossincrasia (particularidade) brasileira, é um processo em outras econômicas. É um processo bastante singular e o Brasil se apresenta bem posicionado, seja porque a inflação vem se comportando. A atividade econômica vem se comportando bem — declara.

Nesta última quarta-feira, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou um relatório projetando uma taxa de crescimento do PIB brasileiro em 3,3% neste ano. No mundo, a projeção média é de 2,4%.

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