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Inflação volta a desacelerar nos EUA, e Biden celebra "progresso real"

A variação mensal está de acordo com as expectativas dos analistas

O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) diminuiu para uma taxa anual de 2,5% em junho, disse o Departamento de Comércio em um comunicadoO índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) diminuiu para uma taxa anual de 2,5% em junho, disse o Departamento de Comércio em um comunicado - Foto: Frederic J. Brown / AFP

A desaceleração da inflação se confirmou nos Estados Unidos em junho, com o índice PCE recuando ligeiramente para 2,5% interanual, o que aumenta as expectativas nos mercados de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, reduza em breve as taxas de juros.

A inflação se moderou levemente em junho, em linha com as expectativas de mercado, após os 2,6% registrados em maio, conforme o índice PCE, o mais acompanhado pela Fed, publicado nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Comércio.

Os preços subiram 0,1% em junho, após terem permanecido estáveis em maio.

O índice PCE segue a mesma direção do índice de preços ao consumidor (IPC), publicado no início de julho e no qual se indexam as aposentadorias. Este índice mostrou uma desaceleração para 3% em um ano e até mesmo uma queda de 0,1% em um mês.

A variação mensal está de acordo com as expectativas dos analistas, que esperavam um aumento de preços de 0,1% no mês, conforme o consenso publicado pelo briefing.com.

A inflação subjacente, que exclui os preços mais voláteis de energia e alimentos, manteve-se estável ao longo do ano em 2,6%, como em maio, mas aumentou ligeiramente durante o mês para 0,2%, ante 0,1% do mês anterior, novamente em linha com as expectativas de mercado.

Em um comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou os novos resultados como "um progresso real na luta contra a inflação".

"Criamos 2,6 milhões de empregos e os salários aumentaram mais rapidamente do que os preços", destacou Biden, que desistiu da campanha pela reeleição no domingo passado e saiu em apoio à sua vice-presidente Kamala Harris para substituí-lo na disputa contra o republicano Donald Trump nas eleições de novembro.

"A agenda pela qual a vice-presidente Harris e eu estamos lutando nos ajudou a sair com força da pior crise econômica desde a Grande Depressão e a dar resultados às famílias trabalhadoras", acrescentou.

Otimismo
Os mercados podem considerar essa desaceleração da inflação como uma boa notícia, especialmente enquanto buscam qualquer sinal que possa antecipar a primeira redução das taxas de juros pelo Fed.

No início do ano, esperava-se que isso ocorresse no primeiro semestre, mas a medida acabou constantemente adiada devido à inflação persistente.

Ao mesmo tempo, os rendimentos nos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado, com um aumento de 0,2% enquanto os mercados previam 0,4%.

Após uma queda acentuada em 2023, a inflação estabilizou-se nos primeiros seis meses do ano em um nível acima da meta de longo prazo de 2% do Fed, o que levou seus dirigentes a pregar paciência e cautela.

Eles afirmaram repetidamente que a decisão sobre a primeira redução das taxas seria baseada em dados macroeconômicos completos, visando garantir que a inflação evolua "de maneira sustentável" em direção a 2%, conforme afirma frequentemente o presidente do Fed, Jerome Powell.

Powell, no entanto, enfatizou que não se trata de esperar que a inflação retorne a 2% antes de modificar as taxas, considerando que tal decisão seria tardia demais.

"A moderada alta nos preços deve dar mais confiança ao Fed de que a inflação está caminhando de volta para sua meta", disse o analista Michel Pearce, economista-chefe adjunto da Oxford Economics, em uma nota.

"Seria realmente necessário um aumento inesperado da inflação para impedir que o Fed reduza as taxas em sua reunião de setembro", acrescentou.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Fed está marcada para 30 e 31 de julho, mas não se espera um anúncio sobre as taxas.

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