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Intuitive Machines: conheça a empresa que fez o primeiro pouso privado na Lua

Fundada por ex-engenheiros da Nasa e empresário de origem iraniana, companhia americana venceu rivais que fracassaram em missões semelhantes

Chegada da sonda na LuaChegada da sonda na Lua - Foto: Reprodução

A noite desta quinta-feira (22) marcou o retorno dos Estados Unidos à Lua após 52 anos das missões Apollo, com o pouso do módulo "Odysseus". O feito, no entanto, é representativo também de outro marco: trata-se da primeira vez em que uma empresa privada chega à superfície do astro. A Intuitive Machines recebeu o equivalente a R$ 583 milhões da Nasa para levar equipamentos científicos até o satélite natural.

A Intuitive Machines é uma das várias pequenas empresas que a NASA contratou para transportar instrumentos que realizarão reconhecimento na superfície da Lua antes do retorno dos astronautas da Nasa para lá, planejado para o final desta década.

O módulo "Odysseus" leva consigo seis instrumentos ao astro. A carga inclui uma câmera estéreo destinada a capturar a onda de poeira levantada por Odisseu à medida que se aproximava da superfície e um receptor de rádio para medir os efeitos de partículas carregadas nos sinais de rádio.

Também havia carga de outros clientes, incluindo uma câmera construída por estudantes da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, em Daytona Beach, Flórida, e um projeto de arte de Jeff Koons. Partes da espaçonave foram embrulhadas em material reflexivo fabricado pela Columbia Sportswear.

A nave pousou na lua por volta de 20h24 desta quinta-feira.

"Hoje, pela primeira vez em mais de meio século, os EUA regressaram à Lua. Hoje, pela primeira vez na história da humanidade, uma empresa comercial, uma empresa americana lançou e liderou a viagem até lá. E hoje é um dia que mostra o poder e a promessa das parcerias comerciais da NASA. Parabéns a todos os envolvidos nesta grande e ousada busca na Intuitive Machines, na SpaceX e aqui mesmo na Nasa" disse Bill Nelson, administrador da Nasa.

A Intuitive Machines foi fundada em 2013 pelo engenheiro Steve Altmus, atual CEO e que por anos foi Diretor de Engenharia do Centro Espacial Lyndon Johnson, tendo participado do Programa de ônibus espaciais da Nasa. Outro co-fundador é Kam Ghaffarian, empresário americano de origem iraniana. O atual Chefe de Tecnologia é Tim Crain, formado em engenharia aeroespacial e com mais de 12 anos de experiência na Nasa.

Inicialmente, a ideia era aplicar o know-how da Nasa para resolver problemas em outras indústrias – como dispositivos médicos e produção avançada de energia – mas um plano de negócios sustentável demorou a surgir. Em 2018, sob o novo modelo da Nasa, a agência lançou um apelo ao setor privado para transportar sensores científicos para locais como as crateras do Polo Sul lunar, onde naves espaciais em órbita detectaram evidências de água gelada.

Era um risco investir milhões em um negócio que não existia além de um apelo da Nasa, mas Ghaffarian, Altemus e Tim Crain decidiram apostar. Após os cancelamentos do programa da era Obama, “durante anos não consegui olhar para a lua sem sentir um enjoo na boca do estômago”, escreveu Crain por e-mail. “Eu queria ter certeza de que realmente daríamos ao esforço a energia que ele merecia.”

Nos cinco anos seguintes, a equipe projetou, testou e construiu seu módulo lunar; ganhou uma série de contratos da NASA; e abriu o capital em 2023, levantando dezenas de milhões de dólares em capital.

A Intuitive Machines é a única empresa americana de capital aberto focada na exploração lunar. O objetivo é eventualmente construir centrais elétricas, redes de satélites e outras infraestruturas para o tipo de base lunar de ficção científica que nerds desejam há anos.

Tornar-se a primeira empresa privada a chegar com segurança à Lua (ou a qualquer outro objeto astronômico, aliás) não é pouca coisa. A superfície lunar está repleta de recentes tentativas fracassadas. A Astrobotic, a primeira empresa americana a lançar, sofreu um vazamento fatal de propelente antes de chegar à órbita lunar, enquanto outro rival faliu antes mesmo de decolar.

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