Logo Folha de Pernambuco

FMI

Investidor estrangeiro deve voltar ao Brasil com recuo da pandemia, diz FMI

Segundo a vice-diretora do departamento de pesquisa, Petya Brooks, Brasil precisa garantir clima de negócios favorável para recuperar investimento privado

Sede do FMI em Washington, nos Estados UnidosSede do FMI em Washington, nos Estados Unidos - Foto: AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que o investidor estrangeiro deve voltar ao Brasil com o recuo da pandemia e que o país precisa garantir um clima de negócios favorável se quiser recuperar o investimento privado.

Nas últimas semanas, o Brasil tem vivido sua pior fase da crise sanitária, com recorde de mortes diárias, colapso no sistema de saúde e lentidão no processo de vacinação, o que intensificou um movimento de fuga de capital externo do paísz.

"Quando falamos do clima para os negócios, esta é uma área em que a melhoria virá com o recuo da pandemia", afirmou Petya Koeva Brooks, vice-diretora do departamento de pesquisa do FMI.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (6), a economista foi questionada sobre o impacto da saída ou diminuição da presença de grandes empresas no Brasil, como LG, Sony e Ford, na retomada econômica e na perda de competitividade do país.

"Esta é uma área em que garantir que o clima seja favorável é particularmente importante para a recuperação do investimento privado, e isso é algo que esperamos que aconteça."

Os investidores estrangeiros já estavam bastante cautelosos quanto a fazer aportes no Brasil, que tem perdido relevância global por causa da piora de seus indicadores econômicos e não possui grau de investimento há algum tempo. A piora da pandemia e a repercussão negativa do quadro brasileiro, visto por autoridades políticas e de saúde em todo o mundo como uma ameaça global, acelerou essa fuga de capital, inclusive com empresas, como a Ford, que encerrou a produção de veículos no Brasil.

Os piores picos de infecção no Brasil –que acumula mais de 13 milhões de casos e 331 mil mortes por Covid-19–, as novas variantes, a postura negacionista do governo Jair Bolsonaro e a lentidão na imunização estão entre os fatores que chamam mais atenção dos observadores internacionais.

Nesta terça, o FMI divulgou o relatório Panorama Econômico Mundial, que revisou a projeção de crescimento da economia global em 2021 de 5,5% para 6%, e ajustou a estimativa para o Brasil de 3,6% para 3,7%.

Segundo o Fundo, medidas como o auxílio emergencial impediram uma contração mais grave no Brasil em 2020, mas é preciso priorizar a vacinação para acelerar essa retomada econômica em 2021.

"A expectativa é de que, no primeiro trimestre, teremos crescimento negativo, mas, no segundo trimestre, o impacto do novo auxílio emergencial aprovado em forma de transferência renda, vai começar a ajudar [nessa retomada]", afirmou Brooks.

Em outubro do ano passado, o FMI estimava crescimento de 2,8% para o Brasil e 5,2% para a economia mundial. As projeções do Fundo para o Brasil hoje são mais otimistas que a dos economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central (3,17%), e do próprio Banco Central, que estima crescimento de 3,6%.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter