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DECLARAÇÃO

''Investidores sabem que o governo é o controlador'', diz ministro sobre dividendos da Petrobras

A retenção de 100% dos dividendos extraordinários da estatal derrubou as ações da empresa, que perdeu R$ 55 bi de valor de mercado

Ministro de Minas Energia, Alexandre SilveiraMinistro de Minas Energia, Alexandre Silveira - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, na noite desta segunda-feira (11), que os investidores da Petrobras "sabem que o governo é o controlador" da empresa. Silveira deu a declaração ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O presidente Lula reuniu mais cedo, por mais de três horas, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e diversos ministros do governo para discutir a decisão da estatal de não distribuir dividendos extras aos acionistas.

— Questão da distribuição (dos dividendos) é dinâmica. (O dinheiro) foi para a conta de contingência. Governo do presidente Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os os investidores sabem que governo é controlador, tem maioria do conselho — afirmou Silveira.

A retenção de 100% dos dividendos extraordinários da estatal derrubou as ações da empresa e, também, é reflexo de uma disputa interna no próprio governo. A Petrobras perdeu mais de R$ 55 bilhões em valor de mercado em um só dia.

Como mostrou a colunista do Globo Malu Gaspar, Prates defendia a proposta de distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram livres no caixa após o pagamento dos dividendos regulares — R$ 43,9 bilhões.

Por outro lado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendia reter esse dinheiro em um fundo de reserva. O governo tem maioria no Conselho de Administração da empresa, com 6 dos 11 conselheiros. Lula arbitrou e acabou decidindo que empresa não pagaria dividendo extra.

Silveira conta com o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Essa ala do governo argumenta que a retenção desse recurso preserva o fluxo de caixa da Petrobras, sem abrir mão do compromisso da companhia de pagar dividendos futuramente, revendo a decisão em outro momento.

Prates, no entanto, defende que se não pagar o extra aos acionistas poderia derrubar o valor de mercado da Petrobras e de que não há riscos em fazer os pagamentos. Frente a mais uma queda de braço com o ministro Alexandre Silveira e a Casa Civil, o presidente da Petrobras tem buscado apoio junto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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