Investimento estrangeiro no país tem queda de R$ 17 bilhões no acumulado do ano
Em 12 meses, o chamado IDP totalizou US$57,5 bilhões até outubro de 2023
Os investimentos diretos no país (IDP) totalizaram US$57,5 bilhões no intervalo de 12 meses até outubro de 2023. Foi uma queda de R$ 17 bilhões ou 22,82% em relação ao acumulado até outubro de 2022, que a entrada de dólar para investimento no país foi de US$74,5 bilhões.
No mês, o ingresso líquido (entradas superiores às saídas) foi de US$3,3 bilhões em outubro de 2023, ante US$5,8 bilhões em outubro de 2022. Os dados são do Banco Central, divulgados nesta segunda-feira (4).
A queda do Investimento Direto no País é explicada pela redução nos preços das commodities (cotadas em dólar) e também por fatores como o risco fiscal que impactam na atratividade do país.
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Por outro lado, as transações correntes do Brasil - que medem a entrada e a saída de dólares - acumularam déficit menor. Houve saldo negativo de US$34 bilhões ou 1,62% do PIB nos últimos 12 meses até outubro deste ano.
Esse patamar é bem menor que os US$56,7 bilhões (3,04% do PIB) registrados no acumulado até outubro de 2022.
Só na conta de outubro, as transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$230 milhões em outubro de 2023, ante déficit de US$5,8 bilhões em outubro de 2022.
A queda das importações e o aumento das exportações explicam esse resultado.
As transações correntes consideram três dados:
- A balança comercial de produtos entre o Brasil e outros países, isto é, as exportações e importações;
- A balança de serviços das contas externas. É considerado, sobretudo, as compras de brasileiros no exterior, incluindo gastos com importações de serviços financeiros, fretes e aluguel de equipamentos e até gastos de turismo;
- A renda primária é o terceiro dado e trata das remessas de dinheiro e pagamentos (lucros, juros e dividendos) que as empresas multinacionais, com filial no Brasil, enviam para o exterior. Nesse cálculo, também estão as remessas que empresas brasileiras recebem do exterior;
No caso da balança comercial, houve superávit de US$7,4 bilhões em outubro de 2023, ante saldo positivo de US$ 2 bilhões em outubro de 2022.
O déficit na conta de serviços totalizou US$3,5 bilhões em outubro de 2023, valor próximo ao ocorrido em outubro de 2022 (US$3,6 bilhões).
Já na chamada renda primária houve saldo negativo de US$4,2 bilhões em outubro de 2023, redução de 7,6% comparativamente ao déficit de US$4,6 bilhões no mesmo período em 2022.