Economia

IPCA-15 registra a maior deflação desde o início da série em 1991, aponta IBGE

Apesar da queda, os preços dos alimentos, planos de saúde e itens de cuidados pessoais continuaram subindo e pressionando o bolso do brasileiro

EconomiaEconomia - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Influenciada pela queda nos preços da gasolina e etanol, a prévia do índice de preços no país registrou deflação de -0,73% no mês de agosto, no comparativo com o mês anterior. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em novembro de 1991. Apesar da queda recorde, os preços dos alimentos, planos de saúde e itens de cuidados pessoais continuaram subindo e pressionando o bolso do brasileiro.

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE, e foram divulgados nesta quarta-feira.

A deflação acontece quando a cesta de produtos analisada pelo IBGE registra um preço menor em um mês, em relação ao mês anterior.

O recuo no índice geral de preços reflete tanto os impactos da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia elétrica e combustíveis, quanto a diminuição dos preços da gasolina e do diesel praticados pela Petrobras.

Preço da gasolina cai 16,80% em um mês

Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram queda. O grupo Transportes teve a maior queda no mês influenciado pelos preços dos combustíveis, que caíram 15,33% em função da redução da gasolina. O combustível teve seu preço reduzido por três vezes consecutivas nas refinarias, contribuindo para uma queda de 16,80% do preço da gasolina ao consumidor.

O etanol também apresentou redução (-10,87%), assim como o gás veicular (-5,40%) e o óleo diesel (-0,56%).

Os preços das passagens aéreas também registraram alívio: caíram 12,22%, após subirem quatro meses consecutivos. Por outro lado, os preços veículos próprios continuaram subindo, assim como os preços da motocicleta, automóvel novo e automóvel usado.

Deflação por dois ou três meses

Na última terça-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que espera “dois ou três meses” de deflação neste ano, principalmente por conta de medidas como a redução de impostos e o teto do ICMS sobre combustíveis e energia. Isso significa que o país poderá ter redução dos preços até as vésperas das eleições. Campos Neto também prevê inflação abaixo de 6,5% neste ano.

A inflação era um dos principais obstáculos identificados pela equipe que trabalha na reeleição do presidente Jair Bolsonaro, levando o presidente a lançar mão de mecanismo para conter o avanço dos preços.

Inflação menor em 2022

O corte do ICMS, juntamente com a redução dos preços da gasolina, tem levado analistas a reduzirem as expectativas de inflação para este ano.

O Boletim Focus do Banco Central, que reúne as projeções de mais de cem instituições do mercado para os principais indicadores , aponta que o mercado financeiro reduziu pela oitava semana seguida sua projeção para a inflação deste ano.

Os economistas agora projetam que o IPCA termine o ano abaixo de 7%: 6,82% contra 7,01% do boletim da semana passada.

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