IPCA põe pressão no Copom por novos aumentos de juros
O banco também reviu suas projeções para a alta do PIB em 2021, de 5% para 5,5%, e do dólar, de R$ 5,30 para R$ 4,75
A surpresa com a alta da inflação nos últimos meses aumentou a pressão sobre o BC, que irá definir o novo patamar da Selic (taxa básica de juros) na quarta (15).
Segundo economistas, a tendência é que o BC mantenha o ritmo de aumento dos juros, mas a taxa deve subir mais ao longo do ano.
A preocupação com a alta de preços começa a se fazer notar nas previsões para os juros básicos em 2021. No Boletim Focus do BC, a estimativa há um mês era de uma Selic de 5,5%. No mais recente, a previsão passou para 5,75%, número que deve subir no próximo levantamento, que levará em consideração a inflação de maio acima das previsões.
A pressão da energia elétrica fez a inflação acelerar em maio, pelo IPCA. O indicador subiu 0,83%. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 8,06% (acima do teto da meta, de 5,25% para este ano).
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Nesta quinta (10), o Itaú revisou as estimativas de Selic para o fim do ano. Antes, eram esperados juros de 5,5% ao ano, agora, a expectativa é de 6%.
O banco também reviu suas projeções para a alta do PIB em 2021, de 5% para 5,5%, e do dólar, de R$ 5,30 para R$ 4,75.
Para a economista Zeina Latif, o resultado recente da inflação não deve pesar na decisão, em si, pois não faria sentido o BC reagir a um sinal de curto prazo. Em sua avaliação, o BC deve manter seu diagnóstico, levando em conta também que o dólar mudou de patamar, o que pode gerar uma melhora nas projeções.
"Acredito que o BC deve manter o discurso sereno, talvez deixando uma porta aberta para um novo aumento de 0,75, mas sem guinadas no discurso."