Logo Folha de Pernambuco

Economia

Ipea vê queda de 6% no PIB de 2020, mas diz que pior já passou

O instituto avalia que o mês de abril foi o "fundo do poço" na crise provocada pela pandemia do coronavírus, e que já há sinais de recuperação da atividade a partir de maio

PIBPIB - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou nesta terça-feira suas estimativas para o desempenho do PIB brasileiro, para queda de 6% este ano e alta de 3,6% no ano que vem. Em março, as estimativas eram de baixa de 1,8% em 2020 e crescimento de 3,1% em 2021.

Apesar da piora na projeção para este ano, o instituto avalia que o mês de abril foi o "fundo do poço" na crise provocada pela pandemia do coronavírus, e que já há sinais de recuperação da atividade a partir de maio. O Ipea também trabalha com a expectativa de um início gradual de abertura da economia de junho em diante.

Neste cenário, os economistas projetam queda de 10,5% para o PIB no segundo trimestre, com retração de 13,8% na indústria, 10,1% nos serviços e 11,2% no consumo das famílias. O tombo aprofundaria a baixa de 1,5% registrada no PIB de janeiro a março. Já para o terceiro e quarto trimestres, a expectativa é de recuperação gradual da atividade.

"As medidas de isolamento social, implantadas a partir de março para a contenção da epidemia de Covid-19, interromperam uma série de atividades produtivas no país", observa a equipe do Ipea. "A flexibilização dessas medidas, em combinação com as políticas de preservação de emprego, renda e produção adotadas, devem permitir a gradual recuperação da economia ao longo dos próximos meses."

Os economistas destacam que, em maio, indicadores como a confiança dos empresários e o nível de utilização da capacidade industrial apresentaram melhora, bem como o consumo de energia de alguns setores produtivos, além de um modesto aumento na venda de veículos.

Diante da gradual recuperação esperada da atividade, o Ipea avalia que o os serviços devem recuar 5,8% em 2020, mas crescer 3,7% em 2021. No caso da indústria, a expectativa é de queda de 7,3% este ano e alta de 4% no ano que vem. A projeção para o PIB agropecuário passou para 2% este ano, desempenho que deve se repetir em 2021.

Na ponta da demanda, os investimentos devem registrar um tombo de 9,7% em 2020, sob efeito do aumento da incerteza na economia e da desvalorização cambial. Mas os aportes podem voltar a crescer 6,8% no ano que vem. As importações, influenciadas pelo câmbio e pela redução do nível de atividade, devem recuar 6,5% este ano e as exportações devem cair 6,4%, devido à forte retração esperada da demanda externa.

O consumo das famílias deve recuar 6,9% em 2020, mesmo com o programa de auxílio emergencial que injetou R$ 76,9 bilhões na economia ate o final de maio, estima o Ipea. Em 2021, a recuperação esperada é de 3,8%, insuficiente para repor a perda de 2020, devido à piora esperada do mercado de trabalho e avanço da incerteza.

No boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central, a estimativa para o PIB está em queda de 6,48% para este ano e avanço de 3,5% em 2021. Também ontem, o Banco Mundial revisou sua projeção para o PIB brasileiro para uma retração de 8% em 2020.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter