Isolamento perdeu efetividade porque jovens não aderem, diz presidente do BC
Segundo ele, o custo-benefício de se adotar a medida é menor agora que no início da pandemia do novo coronavírus
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o distanciamento social perdeu efetividade, especialmente entre os mais jovens. Segundo ele, o custo-benefício de se adotar a medida é menor agora que no início da pandemia do novo coronavírus.
"Nós olhamos a efetividade dos distanciamentos sociais [nos países] e tem sido cada vez menor. Não porque o distanciamento é uma prática ruim, mas não tem sido tão efetivo, principalmente entre os mais jovens, em de fato limitar a mobilidade. Passou muito tempo e os jovens têm menos paciência para aderir às regras", disse em evento promovido pelo InfoMoney nesta terça-feira (24).
"Se a gente pegar o custo econômico do distanciamento social versus efetividade, o que a gente vê mais recentemente é uma relação custo-benefício inferior ao que se via no passado", completou.
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Segundo Campos Neto, a segunda onda foi maior em número de casos do que de mortes.
"Foi grande a segunda onda em termos de casos, mas bem menor em número de óbitos. A gente vê que tem movimentos de alta recentes em várias áreas do mundo", destacou.
Ele ressaltou que o possível surgimento de uma vacina para o vírus entrou no radar do mercado. Nos últimos dias, grandes laboratórios anunciaram alta eficácia das vacinas em teste, mas ainda não há cronograma oficial.
"O mercado começou a olhar o tema das vacinas, que começou a se aproximar de uma coisa mais real, de ter um cronograma de fato de vacinação", ressaltou.
O presidente do BC pontuou que houve grande expectativa no anúncio de pacotes adicionais de auxílio econômico nos Estados Unidos, mas que o foco mudou para o surgimento da vacina.
"O mercado está mais focado no tema de vacinas do que em impulsos adicionais", destacou.