Japão e EUA acusam Coreia do Norte pelo roubo de US$ 300 milhões em criptomoedas
Segundo a Agência Nacional de Polícia do Japão e o FBI, hackers seriam ligados às autoridades de Pyongyang, capital do país norte-coreano
Um grupo de hackers norte-coreanos roubou US$ 300 milhões em criptomoedas da corretora japonesa DMM Bitcoin, segundo a Agência Nacional de Polícia do Japão e o Departamento Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos, nesta terça-feira (24).
O FBI mencionou o "roubo de US$ 308 milhões em criptomoedas da empresa japonesa DMM por hackers norte-coreanos" em um comunicado emitido na segunda-feira. Integrantes do grupo TraderTraitor, considerado parte do Grupo Lazarus, supostamente ligado às autoridades de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, teriam realizado o roubo, afirmaram as autoridades.
O Grupo Lazarus ganhou notoriedade há cerca de uma década, quando foi acusado de hackear a Sony Pictures como vingança pelo filme A Entrevista, que satiriza o líder norte-coreano Kim Jong Un.
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A agência descreveu uma operação de "engenharia social direcionada", em que um hacker se passou por recrutador no LinkedIn para contatar um funcionário de outra empresa de software para criptomoedas.
O funcionário recebeu o que parecia ser um teste pré-contratação contendo uma linha de código malicioso, que permitiu que o hacker invadisse o sistema e se passasse pelo funcionário, explicou o FBI.
"No final de maio de 2024, os autores teriam usado esse acesso para manipular uma solicitação legítima de transação de um funcionário da DMM, resultando na perda de 4.502,9 bitcoins, avaliados em US$ 308 milhões na época", detalhou.
"O FBI, a Agência Nacional de Polícia do Japão e outros parceiros dos EUA e internacionais continuarão denunciando e combatendo o uso de atividades ilícitas pela Coreia do Norte, incluindo crimes cibernéticos e roubo de criptomoedas, para gerar receita ao regime", afirmou o departamento.
O programa de guerra cibernética norte-coreano remonta pelo menos à década de 1990. Atualmente, é uma unidade composta por 6.000 pessoas chamada Bureau 121, que opera a partir de diversos países, segundo um relatório norte-americano de 2020.