ESTATAL

Jean Paul Prates é demitido da presidência da Petrobras

Magda Chambriard foi convidada para ser a substituta de Prates no comando da estatal

O presidente Lula e o ex-dirigente da Petrobras, Jean Paul Prates O presidente Lula e o ex-dirigente da Petrobras, Jean Paul Prates  - Foto: Ricardo Stukert/PR

Jean Paul Prates foi demitido da presidência da Petrobras, nesta terça-feira (14), pelo presidente Lula. Segundo o g1, Magda Chambriard foi convidada para ser a substituta de Prates no comando da estatal e já aceitou assumir o cargo.

A demissão de Prates teria sido definida por Lula após uma sequência de desentendimentos com o governo.

O agora ex-presidente da Petrobras não se entendia com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, há muito tempo.

Em comunicado aos acionistas, a Petrobras confirmou a troca na presidência:

"[A] Petrobras informa que recebeu nesta noite de seu Presidente, Sr. Jean Paul Prattes, solicitação de que o Conselho de Administração da Companhia se reúna para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato como Presidente da Petrobras de forma negociada"

Prates
Ex-senador do PT pelo Rio Grande do Norte, Prates assumiu a direção da estatal no início do terceiro mandato de Lula, em janeiro de 2023. Inicialmente, ele cumpriu uma promessa de campanha de Lula ao "abrasileirar" os preços da petrolífera para evitar fortes altos e baixos nos preços dos combustíveis para os consumidores, até então atrelados à cotação internacional do petróleo.

Após um ano no comando da empresa de capital aberto, mas controlada pelo Estado, o desgaste de Prates se acentuou especialmente por uma polêmica em torno do pagamento de dividendos extraordinários em março. A decisão de não distribuí-los causou decepção no mercado e ruídos no governo. Alguns analistas e opositores apontaram isso como uma "intervenção governamental", algo que tem preocupado o mercado desde a posse de Lula.

Inclusive, Prates havia dito na rede social X que "é legítimo" que o conselho se posicione "orientado pelo presidente da República" e seus ministros. "Foi exatamente isso que aconteceu" em relação aos dividendos extraordinários, indicou então.

O descontentamento dos investidores foi parcialmente revertido na assembleia geral ordinária de abril, quando foi aprovada uma proposta que finalmente fez o conselho de administração distribuir dividendos extraordinários de 50% do lucro líquido remanescente da estatal.

Mas Prates ficou abalado no cargo. Meios de comunicação especularam por várias semanas sobre sua saída da empresa, e descreveram tensões na relação com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, chegou a dizer então que era "o momento de renovar o conselho de administração da Petrobras", para "oxigenar" as estruturas da empresa.

Embora o tom tenha diminuído desde então, Prates foi finalmente afastado da gestão.

As ações da Petrobras caíram cerca de 7% após o fechamento dos mercados.

Sem confirmação oficial do governo, meios de comunicação indicam como possível substituta Magda Chambriard, que foi a única mulher a comandar a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Ela foi diretora-geral da ANP entre 2012 e 2016, durante o governo Dilma Rousseff.

Lucro criticado
Os resultados da Petrobras têm recebido críticas de Lula, que acusou repetidamente os executivos da empresa de satisfazer os acionistas em detrimento da população.

Desde que Lula tomou posse, os lucros da empresa têm diminuído.

Na segunda-feira, a Petrobras informou lucros líquidos de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 37,9% em relação ao mesmo período de 2023.

Em 2023, primeiro ano sob a direção executiva de Prates, o lucro líquido foi de R$ 124,6 bilhões, uma queda de 33,8% em relação a 2022.

Segundo Prates, aquele foi o "segundo maior lucro líquido de sua história", demonstrando o "rumo certo" da empresa, desafiada pela transição para energias limpas.

Prates havia dito que adotaria uma postura "mais conservadora" sobre os dividendos, o que inquietou o mercado.

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