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NEGÓCIOS

Joalheria Antonio Bernardo entra com pedido de recuperação judicial

Companhia carioca soma dívidas de R$ 15,8 milhões

Joias Antonio BernardoJoias Antonio Bernardo - Foto: reprodução/site oficial

A joalheria Antonio Bernardo entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio. Com dívidas de R$ 15,8 milhões ainda a vencer com o Itaú e a Caixa Econômica Federal, a empresa carioca decidiu optar pela reestruturação ao prever que não conseguiria quitar os valores.

O pedido não envolve toda a operação da marca, incluindo apenas a HB Adornos e a Arany Adornos, braço do grupo que fabrica e distribui as peças, além das duas lojas na cidade do Rio, nos shoppings Leblon e Rio Design Barra.

A Antonio Bernardo ainda duas unidades na capital paulista, e outras quatro distribuídas no Distrito Federal e nas cidades de Florianópolis, Cuiabá e Porto Alegre. Essas, porém, são apenas distribuidoras.

A marca ainda tem representantes internacionais em países como Estados Unidos, Portugal, Alemanha, Dinamarca, China e Japão.

Segundo a advogada Raysa Moraes, sócia do Moraes & Savaget, escritório que representa a joalheria, o endividamento da empresa é essencialmente financeiro. Além da recuperação judicial, a empresa também contratou uma assessoria de reestruturação financeira para tentar sair da crise.

— Não é um endividamento alto. A empresa vinha buscando regularizar os seus contratos, mas previu que não ia conseguir cumprir suas obrigações nas formas originalmente contratadas e nos procurou para que conseguisse encaixar a capacidade de pagamento — afirma.

O pedido foi levado à Justiça do Rio na última terça-feira. A empresa diz ter pesado no cenário a alta nos juros, que tornou mais cara a dívida financeira, e a valorização do ouro, sua principal matéria-prima. O preço do metal precioso subiu 27% no ano passado.

— São fatores sem uma perspectiva de melhora. Por isso, a empresa optou por fazer esse pedido preventivamente para que conseguisse fazer a reestruturação de uma forma tranquila, mantendo e preservando o serviço prestado, a força da marca e a qualidade dos produtos — diz a advogada.

Também influencia no cenário a multa de R$ 10,6 milhões determinada pela Justiça à empresa em 2017 em meio ao acordo de delação premiado firmado por Antonio Bernardo, dono da marca. A empresa vendia joias ao ex-governador do Rio Sergio Cabral em dinheiro e sem nota fiscal.

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