Negócios

Jornal dos EUA ironiza popularidade da franquia de restaurantes Outback no Brasil

País é responsável por 90% do faturamento das operações internacionais da rede

Foto: Divulgação

“Outback Steakhouse nasceu nos Estados Unidos, mas nenhum lugar o ama como o Brasil”. O jornal americano The Washington Post publicou, nesta terça-feira, uma reportagem sobre a popularidade da rede de restaurantes entre os brasileiros. O país é responsável por 90% do faturamento mundial da marca que comercializa culinária australiana, mas do jeito que os americanos gostam: carregada no queijo e temperos.

Na reportagem feita pelo Washington Post, o repórter americano Terrence McCoy, visitou uma das unidades do Outback em São Paulo, para tentar entender a fama por trás da franquia. O mistério, para o jornalista, era compreender por que, das unidades à beira das avenidas, aos salões dos maiores shoppings do país, o público escolhe se deliciar em refeições que podem facilmente chegar a R$ 500 – um terço da renda mensal média do brasileiro.

No restaurante, McCoy observa que não foi só a comida que transformou o restaurante algo tão popular. Seja por acaso ou marketing astuto, a rede se tornou mais experiência do que refeição, "onde as pessoas podem se entregar à decadência e comemorar os maiores marcos da vida", como um aniversário, uma promoção de emprego ou um noivado.

Um dos entrevistados pelo repórter foi Pierre Berenstein, presidente da Bloomin' Brands no Brasil - rede que controla o Outback -, que tentou explicar a popularidade. Os pratos e as cervejas em canecas geladas eram "iguarias americanas desconhecidas" antes da marca chegar. “Desde o primeiro dia, os restaurantes estavam lotados”, deixando para trás churrascarias clássicas, que antes dominavam o cenário no Sudeste, como a churrascaria Estrela do Sul.

Em infográficos com pétalas de cebola - representando a clássica Bloomin' Onion, marca registrada do Outback - se espalhando pelo mapa do país, o jornal mostrou a dominação australiana-americana no território nacional, com franquias que se expandiram do eixo Rio-São Paulo para o resto do território nacional.

Ironia nas redes sociais
Nas redes sociais, internautas ironizaram a estética e popularidade da franquia, que chegou ao Brasil em 1997. Na web, o público brincou com os comentários inusitados na matéria do jornal, que chamam o restaurante de “chique” e “glamouroso”. Entre concordâncias e discordâncias, os brasileiros analisaram o custo-benefício e a qualidade, mostrando que, apesar do renome da marca e do gosto do brasileiro pelo churrasco americano, as opiniões divergem.

“Desses restaurantes caros e famosos, é o único que vou”, escreveu um internauta. “Já fui muito pra happy hour... hoje em dia nem vou mais. O tal de ficar na fila pra comer é zuado demais e a comida deu uma caída legal”, escreveu outro. No Twitter, os usuários ainda especularam sobre a falta de popularidade da rede no exterior. “Eu não sei como é nos EUA, mas o Outback do Canadá é tenebroso. O do Brasil é muito muito superior”, escreveu uma brasileira. “Já ouvi falar muito mal do Outback dos EUA também”, respondeu outra.

Há cinco anos, o Outback é eleito o mais popular do Rio de Janeiro e o restaurante de shopping mais popular de São Paulo. Fundado por quatro executivos americanos, o restaurante que é julgado por críticos na Austrália como “nada australiano”, acaba de abrir sua 150ª unidade no Brasil, que comporta o maior Outback do mundo, com 550 lugares, em São Paulo.

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