Juros: DIs caem com respaldo de dólar enfraquecido e arrecadação mais forte
Operadores mencionam que a principal questão para o comunicado é sobre se a autarquia manterá o plural no parágrafo do forward guidance
A queda dos juros futuros prosseguiu no período da tarde, respaldada pelo dólar mais fraco e por uma arrecadação de impostos em dezembro mais forte.
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Na véspera da decisão do Copom, operadores mencionam que a principal questão para o comunicado é sobre se a autarquia manterá o plural no parágrafo do forward guidance (o que indicaria decisão para a reunião de maio, além dos 1pp já contratados para março).
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 15,135%, de 15,161% no ajuste anterior.
O DI pra janeiro de 2027 recuou a 15,310%, de 15,357%, e o para janeiro de 2029 cedeu a 15,065%, de 15,086% ontem no ajuste.
"Câmbio mais baixo ajuda a devolver um pouco da valorização que puxou os preços de produtos importados, ajudando na projeção de inflação para o ano" e consequentemente para a curva de juros, segundo o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
O dólar à vista recuou 0,74%, a R$ 5,8696 nesta terça-feira.
Outro ponto de atenção do mercado ficou para a arrecadação de impostos e contribuições federais, que somou R$ 261,265 bilhões em dezembro, uma alta real (descontada a inflação) de 7,78% na comparação com o resultado de dezembro de 2023.
O valor veio acima da mediana coletada pelo Projeções Broadcast, que era de R$ 258,065 bilhões.
Na véspera da decisão do Copom, o mercado considera que não há dúvidas sobre a alta de 1 ponto porcentual nas reuniões de janeiro (a desta quarta-feira) e a de março.
Contudo, as apostas começam a se dividir sobretudo na reunião de maio.
Pesquisa do BTG Pactual com 40 participantes mostra que as apostas para a reunião de maio estão, majoritariamente, entre alta de 50 pontos-base (cerca de 35% dos participantes) e de 75 pontos-base (aproximadamente 40%).
Em relatório, o Itaú destaca ainda que considera que a manutenção do ritmo de 100 pontos-base nas duas primeiras reuniões de 2025 do Comitê de Política Monetária (Copom) é "adequada", sem fechar a porta para altas adicionais de mesma magnitude nas reuniões seguintes, "a depender da evolução do cenário, em particular da dinâmica da inflação e das expectativas".