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Juros: câmbio e varejo limitam impacto do alívio dos Treasuries e taxas ficam de lado

A dinâmica da curva de juros foi determinada pelos eventos da manhã

Bolsas da Europa fecham em alta com expectativa de alívio nos juros após dados de inflaçãoBolsas da Europa fecham em alta com expectativa de alívio nos juros após dados de inflação - Foto: Canva/Reprodução

Os juros futuros fecharam a sessão desta quinta-feira, 11, praticamente de lado. O alívio na curva dos Treasuries deflagrado pela deflação do CPI nos EUA teve efeito limitado.

O mercado buscou dar sequência ao recuo visto nas últimas sete sessões a partir da melhora no exterior, mas com o dado forte das vendas no varejo, o dólar em alta e o aumento do risco nos leilões de prefixados do Tesouro, o movimento foi discreto.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,545%, de 10,530% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026, em 11,090%, de 11,070% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2027 ficou estável em 11,31% e a do DI para janeiro de 2029 passou de 11,64% para 11,62%.

A dinâmica da curva de juros foi determinada pelos eventos da manhã, marcada pela alternância dos sinais nas taxas, enquanto a segunda etapa foi de acomodação em queda moderada.

Logo na abertura, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) surpreendeu e empurrou os juros para cima, mas na sequência veio o dado da inflação nos EUA e esfriou o ímpeto de alta, com as taxas virando para baixo.

O índice de preços ao consumidor americano caiu 0,1% em junho ante maio, na contramão das previsões de alta de 0,1%, enquanto o núcleo subiu 0,1%, ficando igualmente abaixo do consenso (+0,2%). A leitura dos preços de abertura, especialmente serviços, agradou.

Na comparação anual, o CPI subiu 3% em junho, contra 3,3% em maio, e o núcleo teve incremento de 3,3%, perdendo força ante o acréscimo de 3,4% de maio. Vale lembrar que nesta semana o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que não será necessário esperar a inflação chegar na meta de 2% para o início do ciclo de cortes.

Nos ativos, o CPI elevou as chances de corte de juros nos EUA em setembro para 90% e tornou majoritárias as apostas de três reduções de 25 pontos-base em 2024. Os rendimentos dos Treasuries afundaram.

O yield da T-Note de dez anos rodou boa parte do dia abaixo dos 4,20% e o da T-Note de 2 anos chegou a cair aquém dos 4,50% pela primeira vez desde março nas mínimas da sessão. No fim do dia, projetavam taxas de 4,207% e 4,51%, ambas no piso desde março.

O contágio para a curva doméstica acabou mitigado pelo câmbio e pela PMC. "Temos a moeda hoje com performance pior ante os pares e o varejo também dando sua contribuição.

Não podemos perder de vista que os juros já vêm fechando bem desde a semana passada", afirma o estrategista-chefe da AZ Quest, André Muller. Ele lembra que taxas como a dos DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2029 voltaram a rodar em níveis do começo de junho. O dólar subiu 0,55%, aos R$ 5,4426.

As vendas no varejo restrito e no ampliado em maio, na margem, cresceram 1,2% e 0,8%, contrariando a mediana que apontava para recuo de 0,5% em ambos os casos.

Os números sugerem que o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul foi limitado e trazem um viés de alta às projeções para o PIB do segundo trimestre, a depender da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), amanhã. A mediana das previsões é de queda de 0,7%, após alta de 0,5% em abril.

Dada a melhora do ambiente externo, o Tesouro teve espaço para elevar os lotes de prefixados no leilão.

A oferta de 8 milhões de LTN foi vendida parcialmente (7,3 milhões), enquanto o lote de 4 milhões de NTN-F, papel preferido dos estrangeiros, teve demanda integral. Segundo a Warren Investimentos, o risco para o mercado (DV01) foi de US$ 642 mil, ante US$ 180 mil na semana passada.

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